sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Os perigos da gordura na barriga


A obesidade e o sobrepeso estão associados a uma série de doenças metabólicas e cardiovasculares e o crescimento de seus índices na população nos últimos anos tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo.

Pessoas obesas apresentam uma maior taxa de mortalidade por qualquer causa e também por doenças cardiovasculares. Tanto a obesidade quanto o sobrepeso são determinados pela avaliação do índice de massa corporal (IMC). Qualquer pessoa que saiba seu peso e altura pode calcular facilmente o seu IMC em centenas de sites na internet. Muita gente já sabe que um IMC desejável não deve passar de 25. As pessoas que estão na faixa de IMC de 25 a 30 são consideradas como tendo sobrepeso e as que têm um IMC acima de 30 são obesas. Resultados de estudos epidemiológicos realizados na década de 90, e utilizando dados de um grande número de indivíduos, demonstraram que o risco de doenças e o risco relativo de morte vão aumentando proporcionalmente a partir do IMC em torno de 25. Existem várias relações fisiopatológicas que explicam como o aumento do depósito de gordura pode produzir uma diversidade de doenças.

A noção de que, além do IMC, a distribuição da gordura corporal é um importante fator de risco para diversas doenças também está bem estabelecida. Pessoas obesas com excesso de gordura abdominal (na cintura) têm maior risco para diabete, hipertensão, dislipidemia e doenças do coração, do que os obesos que tem a gordura localizada predominantemente na parte inferior do corpo (quadril). O que ainda não estava claro é se pessoas com IMC normal, abaixo de 25 (portanto sem sobrepeso ou obesidade), mas com uma "barriguinha" saliente (chamada de obesidade central), têm um maior risco para doença cardiovascular ou morte.

A resposta para esta questão veio no início de novembro com a publicação online, na revista científica Annals of Internal Medicine, de uma pesquisa que estudou por um período de 14 anos mais de 15 mil pessoas com idade de 18 a 90 anos. Os parâmetros investigados foram o IMC e a presença de obesidade central, que é obtida pelo resultado da divisão entre a circunferência abdominal e a circunferência do quadril.

A análise dos resultados da pesquisa revelou que pessoas com um IMC normal, abaixo de 25, porém com obesidade central (índice maior que 0,90 para homens e maior que 0,85 para mulheres), têm um maior risco de mortalidade total que as pessoas com IMC normal e sem obesidade central. Mais do que isso, este grupo de "magros barrigudinhos" têm um risco maior do que as pessoas com sobrepeso e obesas (IMC acima de 25 e 30, respectivamente) que, no entanto, apresentam a razão cintura quadril normal (menor que 0.90 para homens e 0,85 para mulheres).

Para exemplificar, os pesquisadores colocaram a situação de um homem com IMC de 22 kg/m2 e obesidade central (índice cintura/quadril acima de 0,90). Este indivíduo tem um maior risco de mortalidade que um homem com mesmo IMC sem obesidade central, e maior também que um indivíduo com sobrepeso ou obeso, porém, com índices cintura/quadril menores que 0,90.

Algumas pessoas têm propensão a fazer um depósito de gordura no abdômen, mesmo não sendo obesas. A gordura abdominal secreta substâncias pró-inflamatórias no organismo que predispõe à formação de uma série de situações potencialmente nocivas, principalmente ao sistema cardiovascular.

As implicações deste estudo são importantes, pois muitas vezes a pessoa magra se acha protegida contra doenças metabólicas e cardiovasculares, o que pode não ocorrer se ela apresenta obesidade central.

A medida da relação cintura/quadril passa a ser um fator indispensável, talvez mais importante até que o próprio IMC, na avaliação de risco para determinadas doenças. 
Autor: Equipe ABC da Saúde

Referência Bibliográfica

·         -Annals of Internal Medicine- 10 november 2015 DOI:10.7326/M14-2525

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Brasil tem 3.448 casos suspeitos de microcefalia em investigação


O número de casos suspeitos de microcefalia notificados no país até 23 de janeiro subiu para 4.180, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (27). Desse total, 3.448 casos continuam em investigação e 270 casos foram confirmados, sendo que 6 tinham relação ao vírus zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados.

"Em relação ao boletim divulgado no dia 20 de janeiro, é possível constatar a tendência de redução no número de notificações. O aumento identificado em uma semana de casos notificados foi de 7%. No entanto, a quantidade de casos descartados cresceu 63%, passando de 282 para os atuais 462", disse Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

De acordo com o boletim, os 4.180 casos notificados foram registrados em 830 municípios de 23 Estados e o Distrito Federal.

A região Nordeste concentra 86% dos casos notificados, sendo que Pernambuco continua com o maior número de casos que permanecem em investigação (1.125), seguido dos Estados da Paraíba (497), Bahia (471), Ceará (218), Sergipe (172),Alagoas (158), Rio Grande do Norte (133), Rio de Janeiro (122) e Maranhão(119).

Até o momento, foram notificadas 68 mortes provocadas pela má-formação, doze confirmados para a relação com alguma infecção congênita, todos na região Nordeste (10 no Rio Grande do Norte, um no Ceará e um no Piauí). Continuam em investigação 51 mortes e outras cinco já foram descartadas.

Segundo o boletim, até o momento, 22 Estados registram casos de circulação autóctone (com origem no local) do vírus zika: GoiásMinas GeraisDistrito FederalMato Grosso do SulRoraimaAmazonasParáRondôniaMato GrossoTocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito SantoRio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

O que é microcefalia
Um bebê nasce com microcefalia quando o tamanho de sua cabeça é igual ou menor a 32 centímetros. O tamanho padrão do crânio do bebê fica em torno de 34 a 37 centímetros.

O grande aumento dos casos de microcefalia acontece ao mesmo tempo em que o país vive um surto de casos de zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a febre chikungunya.

A relação do vírus com a microcefalia já foi confirmada após a morte de um bebê cearense cuja mãe foi infectada durante a gravidez.

A investigação dos casos de microcefalia relacionados ao zika está sendo feita em conjunto com gestores de Saúde de Estados e municípios.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por Estado

REGIÃO NORDESTE
Alagoas: 158 (158 em investigação)
Bahia: 533 (471 em investigação, 35 confirmados, 27 descartados)
Ceará: 229 (218 em investigação, 4 confirmados, 7 descartados)
Maranhão: 134 (119 em investigação, 0 confirmado, 15 descartados)
Paraíba: 709 (497 em investigação, 31 confirmados, 181 descartados)
Pernambuco: 1.371 (1.125 em investigação, 138 confirmados, 110 descartados)
Piauí: 91 (91 em investigação)
Rio Grande do Norte: 208 (133 em investigação, 60 confirmados, 15 descartados)
Sergipe: 172 (172 em investigação)

REGIÃO SUDESTE
Espírito Santo: 52 (52 em investigação)
Minas Gerais: 48 (8 em investigação, 1 confirmado, 39 descartados)
Rio de Janeiro: 122 (122 em investigação)
São Paulo: 18 (18 em investigação)

REGIÃO NORTE
Acre: sem registro
Amapá: sem registro
Amazonas: sem registro
Pará: 6 (6 em investigação)
Rondônia: 1 (1 em investigação)
Roraima: 5 (5 em investigação)
Tocantins: 82 (70 em investigação, 0 confirmado, 12 descartados)

REGIÃO CENTRO-OESTE
Distrito Federal: 14 (5 em investigação, 0 confirmado, 9 descartados)
Goiás: 62 (62 em investigação)
Mato Grosso: 147 (110 em investigação, 0 confirmado, 37 descartados)
Mato Grosso do Sul: 4 (3 em investigação, 0 confirmado, 1 descartado)

REGIÃO SUL
Paraná: 10 (2 em investigação, 0 confirmado, 8 descartados)
Santa Catarina: 1 (1 descartado)
Rio Grande do Sul: 1 (1 confirmado)


Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/01/27/brasil-tem-4180-casos-suspeitos-de-microcefalia.htm

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Calor pode prejudicar a saúde do coração


As altas temperaturas do verão provocam alguns problemas de saúde, como desidratação, dermatites, viroses e intoxicação alimentar.

Isso todos já sabem, mas o que muitos desconhecem é que o calor pode alterar a viscosidade, a pressão arterial, o colesterol e a frequência cardíaca elevando o risco de ocorrer um infarto ou AVC.

“Pacientes que apresentam pressão muito alta, por exemplo, precisam ficar atentos a sintomas como vista embaçada, mal-estar e tontura. Os medicamentos vasodilatadores podem apresentar efeitos contrários: potencializando a vasodilatação ou hipotensão, causando a perda de pressão. Isto é mais evidente e intenso nos idosos”, explica o cardiologista Dr. Hélio Castello.

Com o tempo quente é natural que as artérias fiquem mais dilatadas, fazendo com que o sangue tenha mais espaço para circular. Quem toma medicamentos vasodilatadores, para pressão alta, podem ter esse efeito acentuado e sofrer o extremo oposto: hipotensão, ou seja, pressão insuficiente. Os principais sintomas são tontura e vista embaçada.

Como se proteger?

§  Mantenha seu check-up médico em dia. Pessoas hipertensas ou que apresentam algum tipo de cardiopatia prévia, com uso contínuo de medicação, devem avisar ao médico sobre viagens ou possíveis desconfortos ao enfrentar altas temperaturas;

§  Evite a exposição direta ao calor no período da manhã, horário com maior frequência dos casos de infarto;

§  Fique atento a sintomas como tontura, formigamento constante e vista turva, podem ser sinais de alteração na pressão sanguínea;

§  Viagens para o litoral devem ser bem monitoradas, principalmente em hipertensos, pois estes lugares costumam ser ainda mais quentes e podem diminuir o nível de pressão, aumentando os efeitos dos medicamentos. Quando for viajar de avião é importante ingerir alimentos leves e se hidratar adequadamente. Evite ingestão de bebidas alcoólicas nos voos;

§  Abuse da ingestão de líquidos (não alcoólicos). Dica: água de coco pode ser uma excelente opção, pois além hidratar é uma excelente fonte de vitamina C e minerais como: cálcio, fósforo, magnésio, potássio e sódio;

§  Mantenha a rotina de exercícios e escolha horários com menos exposição ao sol e com temperaturas mais amenas;

§  Prefira roupas leves e de cores claras;

§  Alimente-se com comidas menos gordurosas, dando preferência a saladas e carnes magras;

§  Não abuse na ingestão de bebidas alcoólicas, o álcool desidrata o organismo e pode aumentar a perda de líquidos do corpo.


Fonte: http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2016/01/26/calor-pode-prejudicar-a-saude-do-coracao/

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

OMS quer ser notificada sobre todo caso de infecção por zika registrado no mundo


Entidade cobra que os governos de todo o mundo sejam "transparentes" em relação ao número de casos e confirma que detectou um caso em que há uma "possível transmissão" do vírus por uma relação sexual.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o zika vírus vai se proliferar por todos os países das Américas e cobra governos de todo o mundo para que sejam "transparentes" em relação ao número de casos. Para a entidade, a "explosiva proliferação" é "preocupante". Na manhã desta segunda-feira (25/01) a diretora-geral da entidade, Margaret Chan, se pronunciou pela primeira vez sobre os casos nas Américas e fez questão de exigir que governos notifiquem a OMS de todos os casos registrados.

A organização foi duramente afetada pela demora em lidar com o surto do ebola, a partir de 2014. A OMS foi obrigada a passar por uma reforma e adotou uma postura de maior controle sobre surtos pelo mundo, justamente para evitar que possam se proliferar sem controle.

"Ebola mostrou que um surto num lugar pode chegar rapidamente ao outro lado do mundo", disse Chan. "Estamos mais alertas. Não existem mais surtos locais", insistiu. Investigações internas na entidade apontaram que governos e mesmo entidades internacionais abafaram por meses os casos de Ebola, na esperança de que o surto desaparecesse sozinho, sem afetar as economias locais. A OMS também admitiu sua culpa ao fazer um alerta sobre o caso apenas quatro meses depois dos primeiros registros.

Falando sobre o caso do zika vírus, a diretora apelou a todos os governos que sigam o regulamento internacional de saúde e que notifiquem cada um dos casos para a OMS. "Pedimos transparência a todos os países", alertou. "A proliferação explosiva do vírus a novas áreas geográficas, com populações com pouca imunidade, é outra causa de preocupação", disse.

O principal temor ocorre diante da possível ligação entre a infecção e a microcefalia, disse Chan. "Essa relação não tem sido estabelecida. Mas os indícios são preocupantes", apontou, alertando ainda que sintomas neurológicos também tem sido registrados.

Proliferação
Num comunicado emitido, a entidade regional da OMS - a Organização Panamericana de Saúde - constatou que a proliferação do zika vírus vai continuar e que governos e sociedades precisam estar prontos para lidar com os casos. Num total, 21 países das Américas já registram casos. Mas a previsão é de que todos os locais com a presença do mosquito Aedes "provavelmente" terão a doença.

O mosquito está presente em todos os países do Hemisfério Ocidental, salvo no Chile e Canadá. "A Opas antecipa que o Zika vírus vai continuar a se espalhar e provavelmente vai atingir todos os países e territórios onde os mosquitos sejam encontrados", disse.

Na quinta-feira, em Genebra, a OMS fará uma reunião especial sobre o tema, com todos os países implicados.

Transmissão
A OMS também confirmou que detectou um caso em que há uma "possível transmissão" do vírus por uma relação sexual. Mas novas evidências serão necessárias para determinar se esse caso é apenas isolado.

No que se refere às grávidas, a entidade em Genebra pede que as mulheres sejam "cuidadosas" e que visitem seus médicos antes de viajar para regiões afetadas.

Mas não faz qualquer tipo de recomendação sobre adiar gravidezes nos países afetados. Jamaica, Colômbia, Equador e El Salvador anunciaram na semana passada que estavam sugerindo às mulheres que adiassem planos de ter filhos.

Para a Opas, porém, "qualquer decisão de adiar uma gravidez é individual, entre a mulher, seu parceiro e seu médico".

A melhor forma de proteção continua sendo a de combater os focos do mosquito e usar repelente, além de camas com redes e roupas de manga larga.


Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2016/01/25/noticia_saudeplena,155985/oms-quer-ser-notificada-sobre-todo-caso-de-infeccao-por-zika-registrad.shtml