sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Ficar em forma: mais uma razão para deixar o carro em casa.

Além da irritação, perda de tempo, estresse, despesa pessoal com combustível, consumo das reservas energéticas globais, risco de acidentes e da insegurança, mais um fator pode ser acrescido à lista de desvantagens ao se utilizar o automóvel para ir e voltar ao trabalho. O sedentarismo, induzido pelos longos períodos de inatividade física nas viagens diárias casa-trabalho-casa, aparece como um componente importante no desenvolvimento da obesidade em centros urbanos.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para uma série de doenças crônicas que lideram as causas de morte prematura em todo o mundo, entre elas as doenças cardiovasculares, a diabete tipo 2 e vários tipos de cânceres. Por outro lado, a atividade física, seja sob a forma de exercício regular e sistematizado, ou a simples atividade proporcionada pela movimentação do corpo no dia-a-dia, exerce um papel importante na prevenção dessas doenças, inclusive no desenvolvimento da obesidade. O transporte passivo, caracterizado pela entrada no carro na garagem de casa (ou muito próxima a ela) e a saída no estacionamento do trabalho (e vice-versa), tem sido apontado como um dos principais responsáveis pelo estilo de vida sedentário e pouco saudável das cidades.
Um trabalho científico foi estruturado por pesquisadores da área para determinar se a promoção de modos ativos de locomoção, como caminhar ou pedalar por parte ou por todo o trajeto de deslocamento casa-trabalho-casa, ou mesmo usar o sistema de transporte público (pois exige atividade para ir até a parada ou estação), influenciam os marcadores biológicos de obesidade (peso, índice de massa corporal e percentagem de gordura corporal). A pesquisa foi publicada online na edição de 19 de agosto da revista médica British Medical Journal. Foram avaliadas mais de sete mil pessoas no Reino Unido. Mais de 70% dos participantes iam ao trabalho dirigindo seu carro.
Em torno de 10% usavam transporte público e de 14 a 17% caminhavam ou pedalavam até o trabalho. Os que dirigem seus carros têm peso maior e maior percentagem de gordura corporal. A avaliação do índice de massa corporal indicou que essa diferença chega a 3 Kg para homens e de 2,5 Kg para mulheres. Isso é um valor elevado, considerando o fato que ir de carro foi um fator independente de outros, já que os dados foram ajustados para evitar possíveis erros de análise entre os grupos (como idade, tipo de alimentação, renda familiar, atividade no trabalho, etc.).
Esses resultados indicam que uma locomoção ativa para o trabalho se traduz em um maior nível de atividade física diária, com as suas consequências positivas sobre a saúde, inclusive ficar mais magro. Então, mexa-se!
Fonte
  • -British Medical Journal 2014;349:g4887 doi: 10.1136/bmj.g4887 (Published 19 August 2014)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Novos estudos confirmam: - Sal demais faz mal à saúde. A novidade: - Sal a menos também. E não esqueça do Potássio!

Uma nova polêmica surge no horizonte científico das pesquisas médicas. Em três diferentes trabalhos científicos publicados recentemente na revista The New England Journal of Medicine, é exposto um conjunto de resultados que relacionam o consumo global de sódio e a ingestão e excreção urinária de sódio e potássio (que servem de estimativa de sua ingestão) com o risco de doença cardíaca e morte.
Já está bem estabelecido por estudos prévios que um aumento do consumo de sódio está associado com o aumento da pressão arterial, um dos principais fatores de risco para doença cardíaca. Estima-se que um bilhão de pessoas no mundo tenham hipertensão e que ela é responsável por 9 milhões de mortes por ano. Entretanto, os efeitos da ingestão de sódio sobre a mortalidade por doença cardiovascular, em termos globais, não eram conhecidos.
Em um dos trabalhos foi quantificada a ingestão global de sódio baseada em levantamentos de 66 países e, compilando os resultados de 107 pesquisas já publicadas por meio de uma ferramenta estatística chamada de meta-análise, foi estimado o efeito da ingestão de sódio sobre a pressão arterial e o efeito da pressão arterial sobre mortalidade cardiovascular. Os resultados apresentam uma robusta relação linear entre o consumo de sódio e eventos cardiovasculares (quanto maior a ingestão de sal maior é o risco de doença cardiovascular) e se estima que mais de um milhão e seiscentas mil mortes por doença cardiovascular em todo o mundo, no ano de 2010, podem ser atribuídas ao excesso do consumo de sódio.
As recomendações para prevenção de doenças cardíacas das principais sociedades de cardiologia pelo mundo estabelecem que a ingestão máxima de sódio não ultrapasse de 1,5 a 2,4 gramas por dia (o valor de referência é 2 g de sódio/dia). Estes valores representam em torno de 4 a 6 g de sal (o sódio corresponde a 40% do peso total do sal de cozinha e uma colher de chá contém próximo de 6 g de sal de cozinha, dos quais 2,4 g são de sódio).
Os outros dois trabalhos compõem um grande estudo que avaliou o consumo de sódio e potássio pela análise da excreção urinária diária destes eletrólitos em mais de 100 mil pessoas de 17 países. Este consumo foi relacionado com hipertensão arterial e o risco de morte por doença cardíaca.
Os resultados do efeito do sal sobre a pressão são claros em demonstrar que quanto maior o consumo de sal, maior é a pressão arterial. Os que já têm pressão alta e os mais velhos são mais sensíveis ao efeito do sal sobre a pressão. No que tange ao efeito do sal sobre mortalidade, também os hipertensos que ingerem mais sal apresentam maior risco. Nas pessoas de pressão normal, os que têm uma excreção de sódio maior, que corresponde a uma ingestão acima que 4 g/dia têm um risco de morte proporcionalmente maior.
E, para surpresa de muitos, as pessoas com uma excreção urinária que corresponde a uma ingestão de menos de 2 g de sódio por dia, também têm um maior risco de morte. Aparentemente existe uma janela de ingestão de sódio de 2 a 4 g/dia em que os riscos de morte são menores. Consumos tanto acima quanto abaixo destes valores aumentariam o risco.
O potássio, por sua vez, apresentou uma relação inversa entre excreção urinária e pressão arterial, assim como com risco de morte cardiovascular. Isto reforça uma postulação preconizada a algum tempo, que a relação entre as concentrações de sódio e potássio no organismo talvez seja mais importante que os seus valores individuais.
Os resultados deste estudo revelam outro dado interessante. Somente 10% dos participantes apresentaram uma excreção diária de sódio correspondente à ingestão diária preconizada, de 2 g/dia. Isto indica que parece ser muito difícil atingir os valores recomendados de ingestão diária de sódio, a despeito dos alertas e campanhas que são feitas neste sentido. Provavelmente isto se deve ao fato que em torno de 80% do sal que ingerimos diariamente provir de alimentos industrializados e não do nosso saleiro doméstico.
Muito bem, isto quer dizer que eu posso comer sal à vontade? Definitivamente não! Está muito claro, e confirmado por estes estudos, que a ingestão acima de certas quantidades é altamente prejudicial à saúde. Por outro lado, dietas altamente restritivas ao sal também podem ser prejudiciais. Principalmente se acompanhadas de uma baixa ingestão de potássio.
Reduzir a ingestão de alimentos industrializados ao mínimo e aumentar a ingestão de frutas, legumes e vegetais, compõe uma fórmula segura de manter um equilíbrio saudável entre sódio e potássio no organismo.
Fonte
  • -The New England Journal of Medicine 2014;371:601-11.DOI: 10.1056/NEJMoa1311989;
  • -The New England Journal of Medicine 2014;371:612-23.DOI: 10.1056/NEJMoa1311889;
  • -The New England Journal of Medicine 2014;371:624-34.DOI: 10.1056/NEJMoa1304127;

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Uso excessivo das redes sociais pode afetar relacionamentos estáveis.

O recente desenvolvimento de novas plataformas de relacionamento interpessoal, como Facebook e Twitter, e sua crescente utilização por grande parte da população mundial, tem alterado a dinâmica dos relacionamentos. Atualmente o Twitter é considerado um dos principais sites de rede social, sendo utilizado por mais de 500 milhões de pessoas.
Um estudo recente, publicado na revista científica Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, examinou o efeito do uso do Twitter sobre as relações entre casais. Foram aplicados questionários de 20 perguntas a 581 participantes, abordando a quantidade de uso do Twitter e se este uso provocava algum tipo de conflito no relacionamento do casal.
A média de uso do Twitter por participante foi de 52 minutos por dia, cinco dias por semana. O maior uso do Twitter apresentou uma associação estatisticamente significativa com uma maior quantidade de conflitos entre parceiros, conflitos estes que muitas vezes levam a um fracasso do relacionamento. Interessante que estes conflitos ocorreram independentemente do tempo de relacionamento do casal.
Esses resultados, avaliando o uso do Twitter sobre relacionamento entre parceiros, são semelhantes aos encontrados em outros estudos que investigaram o efeito do Facebook. Em ambos, o maior uso é associado a desfechos negativos de relacionamento.
Deve ser considerado, entretanto, que este tipo de estudo não tem capacidade de demonstrar relação causa e efeito, a simples associação entre dois eventos (no caso, maior uso do Twitter com maior quantidade de conflitos), não significa que, necessariamente, um esteja causando o outro. É plausível pensar que o conflito por maior uso de redes sociais seja um sintoma de problemas prévios de relacionamento.
De qualquer maneira, estudos levantando este tipo de hipótese, que relaciona uso demasiado de mídias em geral, com modificações de dinâmicas nas relações sociais e interpessoais, são importantes para conhecermos melhor os possíveis impactos desta mudança de comportamento, principalmente porque o rápido desenvolvimento tecnológico permite prever que este uso de mídias tende a crescer ainda mais. Conhecer as potenciais consequências negativas deste uso é um importante ponto de partida para estabelecer critérios de prevenção.
Fonte
-Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking - Volume 17, Number 7, 2014 - DOI: 10.1089/cyber.2013.0570

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Quer emagrecer? Sinta frio!

Diabete é uma doença metabólica crônica com uma incidência cada vez mais elevada e que tem como um dos principais fatores predisponentes a obesidade. A obesidade é caracterizada pelo aumento do tecido adiposo, tecido este que é o responsável pelo armazenamento do excesso de energia ingerida sob a forma de alimento e não utilizada.
As duas principais ameaças que o ambiente impôs à evolução das espécies foram a falta de disponibilidade regular de alimento e o frio ambiente. Em termos humanos deve-se considerar os primórdios da espécie em que os nossos antepassados remotos não dominavam a agricultura, vivendo da caça e coleta dos alimentos, o que por sua vez resultava em condições precárias de abrigo e proteção contra as condições climáticas adversas.
A genial adaptação evolucionária se deu pelo desenvolvimento do tecido adiposo, que permite que, quando estivesse disponível, o alimento seja estocado no próprio organismo. Lembre-se que não haviam casas nem geladeiras e que os humanos iam prá lá e prá cá, em pequenas tribos nômades atrás do alimento. Quando conseguiam, comiam tudo que podiam pois a próxima refeição era incerta. O excesso de energia era estocado no tecido adiposo e ia sendo usado no período de jejum forçado que ocorria até conseguir alimento novamente na próxima caçada e coleta, o que poderia durar um tempo relativamente longo, comparado com o nosso padrão moderno de várias refeições por dia. Este período estava associado a um gasto de energia elevado, despendido na busca do alimento e fazendo frente às pressões do meio.
Sabemos que o organismo, mesmo em repouso, constantemente utiliza uma quantidade de energia para manter suas funções primordiais e continuar vivo e eficiente. É o chamado metabolismo basal. O processamento bioquímico do substrato para liberar a energia contida nos alimentos produz também a liberação de calor. É este calor do metabolismo basal que mantém a temperatura do nosso organismo em 37° C, mesmo que as temperaturas externas ao organismo sejam mais baixas. Quando fazemos um exercício, aumentamos muito o metabolismo (porque precisamos de mais energia para as contrações musculares), e a produção de calor.
Para não deixar esse excesso de calor se acumular no organismo (a temperatura elevada do organismo é prejudicial ao bom funcionamento das enzimas) nós o eliminamos sob a forma de água morna, ou seja, o suor. E esta perda de água é um dos fatores que produz a sede no exercício. Nós aumentamos também nossa temperatura quando nos submetemos a um ambiente de calor intenso e a estratégia de regulação é a mesma.
Por sua vez quando ficamos expostos a um ambiente frio e a diferença de temperatura entre o organismo e o meio externo passa a ser muito grande, o organismo começa a perder calor para o ambiente. Isto pode reduzir perigosamente a temperatura do corpo. Para regular esta discrepância aumentamos o nosso metabolismo basal, aumentando o calor do corpo (processo este intermediado pela glândula tireoide) e produzimos contrações musculares espontâneas que também produzem calor (é o tremor de frio).
Além disso, várias espécies, inclusive humanos, possuem um órgão especializado na produção de calor: é o tecido adiposo marrom (é chamado de marrom porque, ao contrário do branco, possui muitas mitocôndrias que dão às suas células esta tonalidade). É um tecido com características bioquímicas diferentes do tecido adiposo branco (que serve primordialmente para armazenar gordura), sendo caracterizado como um tecido de alta atividade metabólica. Quando ativado pelo frio, este órgão utiliza combustível armazenado para produzir calor. Esta característica tem, nos últimos anos, atraído a atenção de cientistas devido ao potencial deste órgão como um controlador do metabolismo na proteção contra a obesidade e diabete.
Em um artigo científico recentemente publicado online na revista Diabetes um grupo de pesquisadores demonstrou que pessoas com maior quantidade de tecido adiposo marrom têm um menor risco para obesidade e diabete. Ao contrário do tecido adiposo branco, que está aumentado na obesidade e diminui a ação da insulina, descontrolando a glicose do sangue, o tecido adiposo marrom, além de queimar o excesso de gordura, melhora a sensibilidade da insulina e o controle do açúcar no sangue.
A pesquisa comparou homens saudáveis com altos e baixos índices de tecido adiposo marrom, expostos a uma temperatura normal ou a um frio leve (suficiente para ativar o tecido adiposo marrom, mas insuficiente para produzir tremor) por cinco a oito horas. Durante este período foram coletadas amostras de sangue para análise da glicose, insulina e hormônios e avaliado o consumo de oxigênio. As análises revelaram que o frio ativou o tecido adiposo marrom e os homens com maiores níveis deste tecido tiveram um maior consumo energético com maior queima de calorias, uma maior remoção da glicose da circulação e uma maior sensibilidade da insulina. Todos resultados muito positivos no que tange ao metabolismo, sugerindo que este tecido pode ter uma função antiobesidade e antidiabete .
A questão é: como aumentar o tecido adiposo marrom? Um indício surgido de alguns experimentos recentes sugere que a atividade física regular induziria a produção de tecido adiposo marrom, mas isto é assunto para outro artigo.
Fonte
-Diabetes- Published online before print July 23, 2014, doi:10.2337/db14-0746
-Nature Review Endocrinoogy. 10, 24-36 (2014); doi:10.1038/nrendo.2013.204

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Telefone celular e atividade física.

Um dos principais elementos do estilo de vida que tem impacto sobre a saúde é a atividade física. Na história da nossa civilização a maior parte das atividades cotidianas demandava grande esforço. Com o progresso tecnológico mais recente o esforço humano foi sendo substituído por máquinas e equipamentos e, portanto, novos hábitos foram sendo criados.

Muitos desses novos hábitos decorrentes do desenvolvimento, como assistir TV, usar a internet por tempos prolongados e jogar vídeo games, implicam redução da atividade física e são classificados como comportamentos sedentários. Mais recentemente, os telefones celulares integraram estas funções em um só aparelho. Porém, sua concepção para uso móvel não incluiria o seu uso nos comportamentos sedentários. Sua inerente portabilidade permite que várias de suas funções sejam desenvolvidas, tanto na inatividade física quanto durante uma atividade, mesmo que moderada ou intensa, como uma caminhada rápida.

Apesar destes pressupostos até agora a relação entre uso de celular e comportamentos sedentários ainda não havia sido testada.
Um estudo publicado na revista International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity apresenta uma pesquisa que avaliou em uma amostra de estudantes americanos a relação entre frequência de utilização dos telefones celulares e parâmetros relacionados com a atividade física, entre eles a aptidão física avaliada por corrida em esteira.

Os resultados, apesar de não serem surpreendentes, não deixam de ser preocupantes. Os participantes que faziam maior uso do celular apresentaram comportamento sedentário, com menores índices de aptidão cardio-respiratória e maior percentagem de gordura. Esses fatores aumentam o risco para várias doenças.

Mesmo sendo um aparelho portátil, o tempo de uso diário observado é muito grande. Os participantes gastam, em média, cinco horas por dia em seus celulares, utilizando suas múltiplas funções. A média de mensagens enviadas por participante/dia chega perto de duas centenas. Provavelmente este tempo, com a atenção voltada para compor, enviar e receber mensagens, conversar, jogar, assistir vídeos, se inteirar das últimas notícias, etc., iniba o desenvolvimento de atividades físicas corriqueiras e o engajamento em atividades esportivas. Por outro lado, como este tipo de estudo não permite que se estabeleça uma relação de causa-efeito, não se pode descartar a possibilidade de que os menos adeptos das atividades físicas naturalmente vão usar mais o celular.

Os comportamentos sedentários considerados fixos já ocupam grande parte do dia (e parte da noite) das pessoas, principalmente dos jovens, e sua influência vai além da atividade física, afetando também outras funções vitais como o tempo de sono e o padrão alimentar. O acréscimo de um novo comportamento sedentário em potencial, como o uso demasiado do telefone celular, deve ser considerado nas avaliações do impacto da hiper-conexão sobre fatores que podem prejudicar a saúde.

Fonte – http://www.abcdasaude.com.br/

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Estresse aumenta o risco de infertilidade em mulheres.

A inter-relação entre estresse e fertilidade em mulheres vem sendo sugerida por dados da literatura científica há algum tempo. Entretanto, ainda não está clara a direção desta associação, permanecendo o papel do estresse nessa relação ainda controverso.
Esta semana foi publicada uma pesquisa na revista médica Human Reproduction que encaminha uma resposta para esta questão que relaciona estresse com infertilidade. O objetivo do estudo foi avaliar esta possível associação utilizando um marcador de estresse em mulheres. O biomarcador utilizado foi a enzima alfa-amilase, coletada da saliva de mulheres que estavam tentando engravidar. O fato desta enzima aumentar nas situações de estresse, e poder ser detectada na saliva, torna-a ideal para uso em estudos de base populacional. Além disso, trabalhos recentes sugerem que os estresses psicológicos produzem um aumento mais pronunciado na alfa-amilase salivar, quando comparado com os estresses físicos.
Foram coletados dados de mais de 400 casais, entre 2005 e 2009, que interromperam a anticoncepção com o fim de engravidar. Para fins de avaliação do estresse, as mulheres coletaram saliva para a dosagem do biomarcador por duas vezes. A primeira, quando o estudo iniciou e a segunda, no primeiro ciclo menstrual do período do estudo. A capacidade de engravidar foi medida pelo tempo despendido para engravidar. Os casais foram acompanhados por 12 meses para observar se houve concepção. Os dados foram ajustados para evitar que fatores como idade, raça, padrão econômico, consumo de álcool, tabaco e cafeína interferissem na análise.
Da totalidade de casais que completaram o protocolo, 87% das mulheres engravidaram e 13 % não engravidaram. Os pesquisadores encontraram, pela análise dos resultados, que, as mulheres com a maior concentração da alfa-amilase na saliva (o marcador do estresse), tiveram uma probabilidade 29% menor de engravidar, quando comparadas com as mulheres com a menor concentração da enzima. Esta redução de fecundidade, representa um risco 2 vezes maior de infertilidade entre essas mulheres.
Uma das explicações para estes resultados poderia ser a de que o estresse levaria a uma menor frequência de intercursos sexuais. Entretanto, pelos dados coletados, ficou claro aos pesquisadores que não foi uma redução do número de intercursos sexuais o responsável pela redução da fecundidade, desde que este número não foi estatisticamente diferente entre os grupos de maior fecundidade e os de menor fecundidade. O mecanismo exato pelo qual o estresse afetaria a fecundidade não ficou esclarecido pelo trabalho.
Apesar desta pesquisa apresentar algumas limitações metodológicas, seus resultados contribuem para reforçar a ideia de uma associação entre estresse (particularmente neste estudo, o estresse psicológico) e infertilidade em mulheres.
Fonte
-Human Reprouction.- Advance Access March 23, 2014 - doi:10.1093/humrep/deu032

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Os 5 melhores alimentos e os 5 maiores causadores de doenças.

Prezado(a) Cliente!

Me surpreendi com a importância e simplicidade desta notícia divulgada pela OMS – Organização Mundial de Saúde que resolvi compartilhar com você.

Os 05 melhores alimentos que existem:
  • Leite materno, nas primeiras 72 horas após o parto.
  • Ovo caipira cozido.
  • Coco
  • Azeite extra virgem, conservado em garrafa escura de vidro e consumido em temperatura ambiente.
  • Quinoa.
As 05 principais causas de doenças no mundo:
  • Alcoolismo.
  • Tabagismo.
  • Sedentarismo.
  • Consumo de óleo vegetal.
  • Consumo de refrigerante.

Acredito que você deve ter ficado(a) tão surpreso quanto eu.

Faça esta informação chegar ao maior número possível de pessoas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Alimentação rica em gordura e açúcar + estresse é a fórmula para adquirir doença metabólica.

Síndrome metabólica é uma alteração do metabolismo caracterizada pela presença de pelo menos três de cinco fatores de risco predisponentes, que são:
- baixo nível do colesterol bom (HDL);
- pressão alta;
- triglicerídeos elevados;
- glicose no sangue elevada (glicemia alta); e
- aumento da gordura abdominal (medida pela circunferência da barriga).
Esta síndrome é considerada uma epidemia, afetando de 20 a 30% da população adulta em todo mundo e é responsável pelo aumento do risco de doença cardíaca, diabete e acidente vascular cerebral (derrame).
Em um estudo recente publicado na revista científica Psychoneuroendocrinology é demonstrado que pessoas expostas a estresse crônico e que consomem uma dieta rica em gordura ou açúcar têm um risco maior de desenvolver síndrome metabólica, quando comparadas com pessoas que consomem a mesma alimentação, que é pouco saudável, porém que não foram expostas a estresse.
O estudo contou com a participação de 61 mulheres, 33 delas expostas a uma situação de estresse crônico (cuidar de um parente com demência) e 28 que não tinham exposição a situações de estresse crônico. A alimentação das participantes foi registrada pelo período de 1 ano. Os parâmetros avaliados foram circunferência abdominal e distribuição de gordura, sensibilidade à insulina, tolerância à glicose, marcadores de dano oxidativo provocado pelo aumento de radicais livres e um marcador associado a estresse (Neuropeptídeo Y).
Os resultados da pesquisa indicam que o maior consumo de alimentos com mais gordura e açúcar está associado significativamente com maior circunferência abdominal, maior dano oxidativo e maior resistência à insulina somente nas mulheres do grupo que estava sob estresse crônico.
Apesar das limitações do estudo (tipo caso-controle e registro da alimentação por questionário), os resultados sugerem que há um sinergismo entre a alimentação altamente rica em açúcar e gordura e o estresse crônico no que tange ao desenvolvimento da síndrome metabólica, e que os efeitos metabólicos do estresse podem ser amplificados ou protegidos conforme o tipo de dieta, e vice-versa. Desta forma, abre-se a possibilidade do manejo do estresse como uma ferramenta de auxílio no combate à síndrome metabólica e ganho de peso.
Fonte
-Psychoneuroendocrinology, - (2014) 46, 14-22; DOI: 10.1016/j.psyneuen.2014.04.003

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Estilo de vida saudável melhora função sexual em homens.

Disfunção erétil é um tipo relativamente comum de alteração da função sexual em homens. É caracterizada pela dificuldade do homem atingir ou manter uma ereção. Apesar de não ser considerado como um componente natural do processo de envelhecimento ela está associada a uma maior incidência a partir da meia idade. Problemas de ereção esporádicos são comuns e não devem ser causa de preocupação. No entanto, se o problema é recorrente, o individuo deve se submeter a uma avaliação médica.
Homens que sofrem de disfunção erétil podem superar este problema sem o uso de medicação. É o que demonstra o resultado de uma pesquisa científica publicada na revista médica Journal of Sexual Medicine. O estudo foi realizado na Austrália e coletou dados de mais de 800 homens de 35 a 80 anos que foram acompanhados clinicamente por 5 anos.
Durante este período, 31% dos homens envolvidos no estudo apresentaram alguma forma de disfunção erétil. Esta proporção é bastante significativa e o estudo demonstrou que os maiores fatores de risco são relacionados com alterações físicas, comparadas aos problemas psicológicos.
Sobrepeso e obesidade, ingestão demasiada de álcooldificuldades para dormir e idade são os principais fatores de risco. Alguns casos são consequência de problemas de saúde como diabete, doença cardiovascular, depressão e hipertensão.
A boa notícia do estudo é que boa parte dos homens afetados pela disfunção superaram o problema sem o uso de medicação. A simples modificação do estilo de vida pode influenciar decisivamente na redução dos fatores de risco que predispõem o indivíduo à disfunção erétil.
Alimentação saudávelatividade física regular, manutenção do peso ideal, moderação na ingestão de álcool, não fumar e sono reparador são fatores que contribuem para uma melhora no desempenho sexual.
Mesmo nos casos em que é indicado e necessário o uso de medicação, um estilo de vida saudável pode tornar o tratamento mais efetivo.
Fonte
-Journal of Sexual Medicine - DOI: 10.1111/jsm.12483