terça-feira, 27 de outubro de 2015

Leite materno: cientistas identificam 20 substâncias que protegem bebês de inflamações e infecções

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Até então, sabia-se da existência de apenas três.

Com alto valor nutricional, o leite materno tem os benefícios aos bebês comprovados cientificamente. Entre eles, protegê-los de inflamações e infecções. Agora, cientistas dos Estados Unidos conseguiram identificar substâncias que estão por trás dessa vantagem imunológica. Segundo eles, o trabalho, detalhado nesta semana na revista Mucosal Imonology, pode ajudar no desenvolvimento de remédios mais eficazes de combate às duas complicações.

O estudo teve como base resultados de pesquisas anteriores indicando a presença de moléculas promissoras para o tratamento de infecções no leite materno. “Tem sido demonstrado que esse alimento natural contém nutrientes e moléculas bioativas importantes para a imunidade e o desenvolvimento infantil”, diz ao Correio Hildur Arnardóttir. Segundo o coautor do estudo e pesquisador do Brigham and Women’s Hospital (BWM), em Boston (EUA), eles avançaram ao identificar que há uma quantidade maior dessas substâncias do que a imaginada. “Um estudo anterior havia identificado apenas três. Por isso, usamos uma nova abordagem de análise em nosso laboratório e chegamos a um reservatório com cerca de 20”, complementou.

As substâncias identificadas por meio de técnicas avançadas de análise são chamadas de mediadores pró-resolução especializadas (SPM, na sigla em inglês), já conhecidas pela capacidade curativa, incluindo a melhora de infecções, a redução de inflamações e a cicatrização de feridas. “As SPMs consistem em três famílias separadas de molécula. Cada membro das famílias estimula a resolução da inflamação e da infecção. Foram encontrados alguns desses mediadores derivados de lípidos em vários outros órgãos e tecidos humanos, mas esta é a primeira vez que se identifica quase todos eles no mesmo tecido (o mamário)”, detalha Arnardóttir.

Os cientistas resolveram testar a eficácia dessas moléculas em um experimento com ratos infectados por bactérias do grupo Escherichia coli, que podem causar problemas como infecção urinária e gastroenterite. As moléculas de SPM melhoraram a condição dos animais. “Nossos resultados sugerem um papel para a SPM na modulação da inflamação e da infecção e seu estímulo durante o desenvolvimento imunológico precoce, o que reforça ainda mais a importância do leite materno para as crianças”, destacou o coautor.

Melhor opção
Marcia Fantoni Torres, gastroenterologista, pediatra e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca a abordagem diferenciada do novo estudo. Segundo ela, após identificar os mediadores lipídicos no leite humano, eles demonstraram, por meio de experimento in vivo em camundongos, que esses fatores conseguem diminuir e, ao mesmo tempo, acelerar a resolução da infecção experimental. A confirmação de que essas moléculas ajudam a debelar uma infecção em animais é o ponto mais importante desse estudo, na avaliação da especialista.

“Esse conhecimento poderia ser extrapolado para humanos, corroborando a observação natural feita, desde os primórdios da humanidade, de que crianças alimentadas ao seio têm menor índice de infecções, que tendem a durar menos tempo”, complementa. Fantoni acredita que o estudo reforça a necessidade de ingestão do leite materno nos primeiros meses de vida. “O leite humano continua sendo a melhor e mais inteligente opção alimentar produzida pela mulher, oferecendo naturalmente todos os nutrientes necessários e balanceados, substâncias que protegem de infecções, entre muitas outras vantagens. Os resultados do estudo reforçam o conhecimento de que protege os bebês de infecções promovendo um melhor crescimento deles”, completa.

Futuros remédios
Os efeitos positivos das moléculas presentes no leite humano despertaram ainda a possibilidade de desenvolvimento de medicamentos. “As SPMs resolvem e controlam a inflamação, a infecção e a dor associada a doenças e a recuperação de lesões. Assim, elas podem ter implicações em enfermidades associadas à inflamação em seres humanos, como complicações cardiovasculares e artrites. Aproveitar essas biomoléculas e suas vias oferece novas abordagens terapêuticas promissoras para doenças inflamatórias”, destaca Arnardóttir.

Artur Timerman, infectologista do Complexo Hospitalar Professor Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, explica que o grande diferencial das SPMs é o papel imunomodulador que desempenham. “Essa substância consegue dar uma resposta imunológica equilibrada. Muito melhor do que uma resposta intensa, que pode causar desequilíbrio. Isso ocorre por ela ser uma substância natural”, destaca o especialista.

Timerman acredita que o trabalho dos cientistas possa ser usado em etapas futuras como um auxiliar na área farmacêutica. “Trata-se de uma pesquisa extremamente promissora. Seria possível o uso dessas moléculas com os antibióticos, diminuindo doses exageradas desse medicamento”, sugere. Fantoni conta que algumas dessas substâncias já são adicionadas a fórmulas infantis e estão presentes em alimentos saudáveis, como peixes e amêndoas, que podem ser consumidos por crianças maiores e adultos. “Talvez, essas moléculas poderão ser utilizadas como coadjuvantes no tratamento e na prevenção de infecções, mas o papel desses nutrientes na modulação do processo inflamatório e infeccioso ainda está em estudo”, pondera.

O trabalho dos cientistas norte-americanos terá continuidade. A equipe seguirá dando foco às moléculas presentes no leite materno. “Mais estudos são necessários para entender o papel da SPMs em bebês e como elas podem ajudar o sistema imunológico de uma criança; portanto, esperamos que esse estudo abra novas áreas de investigações no campo”, diz Arnardóttir.


Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/10/26/noticia_saudeplena,155467/leite-materno-cientistas-identificam-20-substancias-que-protegem-bebe.shtml

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Edição genética evolui e cientistas já discutem os limites da alteração do DNA de embriões


Este mês, cientistas se reuniram na Academia Nacional de Ciências em Washington para conversar sobre o CRISPR, um novo método de edição genética. Nos últimos anos, a técnica se tornou tão importante e acessível que muitos especialistas começam a exigir limites para seus usos potenciais — especialmente a alteração de embriões humanos com mudanças que podem ser herdadas pelas futuras gerações.

Entre os cientistas que descreveram os avanços recentes estava um dos pioneiros do CRISPR, George Church da Faculdade de Medicina de Harvard. Em meio a sua apresentação, repleta de detalhes de bioquímica e genética, Church soltou uma bomba.

Em um experimento típico, os cientistas utilizam o CRISPR para alterar um único gene; porém, em um trabalho recente com células de porcos, Church e seus colegas utilizaram o CRISPR para alterar 62 genes de uma vez. Os pesquisadores esperam que isso venha a possibilitar o uso de órgãos de porcos para o transplante em seres humanos.

Mas o experimento também levanta uma questão mais profunda: os cientistas poderão algum dia alterar traços humanos importantes por meio da manipulação de tantos genes de uma vez?

"Isso é obviamente impressionante", afirmou Ron Weiss, biólogo sintético do MIT, que não participou do novo estudo. Mas a despeito do grande número de genes envolvidos, Weiss e outros especialistas destacam que o novo processo não significa que conseguimos superar a evolução de uma hora para a outra. O CRISPR não permite que os cientistas manipulem genes em grande escala — pelo menos por enquanto.

O experimento de Church teve sua origem na falta de órgãos para transplante. Milhares de pessoas morrem a cada ano a espera de corações, pulmões e fígados.

"É uma situação cruel, que alguém precise de um transplante de coração e seja obrigado a depender da morte de outra pessoa para ter a chance de levar uma vida saudável", afirmou David A. Dunn, especialista em transplantes da Universidade Estadual de Nova York, em Oswego.

Nos anos 90, os pesquisadores exploravam a possibilidade de utilizar órgãos de porcos em seres humanos, uma técnica conhecida como xenotransplante. Os cientistas desejavam eliminar vírus e outros patógenos presentes nos órgãos dos porcos para que eles não danificassem os hospedeiros humanos.

Mas o trabalho foi interrompido em 1998, quando Jay Fishman e seus colegas descobriram um risco bizarro. Existem genes virais escondidos no DNA dos porcos.

Eles são conhecidos como retrovírus endógenos – os humanos também têm sua parcela de DNA viral. A versão suína dos retrovírus endógenos é capaz de produzir vírus completos que infectam outras células suínas. Quando os pesquisadores misturaram células humanas e suínas em uma placa de petri, descobriram que os vírus suínos também infectavam as células humanas.

Parecia impossível acabar com os retrovírus endógenos suínos. "Eles são parte do genoma desses animais", afirmou Fishman, diretor associado do centro de transplantes do Hospital Geral de Massachusetts.

Fishman e outros pesquisadores estavam em busca de formas de superar esse entrave, mas não tiveram sucesso. Em 2013, perguntaram a Church se ele poderia alterar os genes dos retrovírus endógenos suínos, tornando-os inócuos nas células suínas e, portanto, também nas humanas.

Church concordou em tentar, embora achasse que aquilo não seria possível. Outras tentativas de desabilitar os retrovírus endógenos suínos haviam falhado, alterando de forma tão profunda o DNA que as células acabavam morrendo. Mas, afinal, o CRISPR se revelou a ferramenta perfeita para a tarefa.

No experimento mais recente, Church e seus colegas examinaram as células suínas para descobrir exatamente quantos retrovírus endógenos estariam presentes no genoma suíno. Os pesquisadores encontraram 62 genes no total. Caso fossem milhares, o experimento provavelmente não teria funcionado.

Os cientistas tiveram sorte uma segunda vez: O DNA era praticamente idêntico de vírus para vírus, já que todos descendem de um ancestral comum que invadiu o genoma suíno há muito tempo.

Para erradicar esses vírus, Church e sua equipe criaram um novo conjunto de genes, que foi inserido nas células suínas. Os genes produziram enzimas que atacavam os retrovírus endógenos e retiravam parte do DNA viral. Depois de duas semanas, as células modificadas haviam alterado todo o DNA viral.

Após o experimento, os vírus do genoma suíno mostraram pouco atividade. E apesar da complicada cirurgia genômica, os cromossomos não mostraram anormalidades e as células cresceram normalmente.

"Esse trabalho nos deixa mais perto de conquistar o acesso ilimitado a órgãos suínos seguros e confiáveis para transplantes em seres humanos", afirmou Dunn. Ele acredita que as pesquisas podem levar à criação de porcos geneticamente alterados e livres de retrovírus endógenos, o que daria origem a uma linhagem suína cujos órgãos seriam mais seguros para o transplante em seres humanos.

O mais importante é que Church e seus colegas não alteraram 62 genes com 62 moléculas CRISPR. Isso não foi necessário: uma única molécula fez todo o serviço. Até o momento, os cientistas que utilizaram moléculas múltiplas no processo conseguiram alterar menos de seis genes simultaneamente.

É claro que podemos imaginar um mundo em que os pais editam centenas de genes em seus bebês projetados para alterar inúmeras características, desde a cor dos olhos até o QI. Mas o experimento nos porcos está muito longe dessa realidade.

Entretanto, isso não quer dizer que os cientistas não serão capazes de aprender a alterar tudo de uma única vez.

Church e seus colegas já começaram a experimentar com o CRISPR para reduzir o risco de que os pacientes rejeitem os órgãos suínos, alterando 25 genes envolvidos na produção de moléculas na superfície das células suínas que disparam um alarme no sistema imunológico. Os resultados ainda não foram publicados.

Esperamos que os cientistas aumentem rapidamente sua capacidade de alterar os genes nos próximos anos, afirmou Weiss. "Seremos capazes de alterar 12 genes em 12 segundos? Isso certamente não vai ser possível."

"Mas 12 dias não está tão longe da realidade".



Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/the-new-york-times/2015/10/25/edicao-genetica-evolui-e-cientistas-ja-discutem-os-limites-da-alteracao-do-dna-de-embrioes.htm

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ingerir aspirina diariamente pode aumentar a chance de engravidar


Pesquisadores da University of Utah e o National Institute of Child Health and Human Development (NICHD) sugerem que ingerir apenas 81 mg de aspirina por dia pode aumentar a chance de engravidar.

A aspirina é um medicamento utilizado para reduzir febres, inflamações e dores, além de diminuir a probabilidade de ataques do coração. A nova vantagem descoberta pelos cientistas é a capacidade de afetar a fertilidade feminina de maneira benéfica.

O novo estudo envolveu 1228 mulheres com idades entre 18 e 40 anos durante 12 meses. Comparado a mulheres que não tomam aspirinas diariamente, quem consume 81 mg do medicamento apresentou 17% mais chance de engravidar e 20% mais chance de ter um parto bem-sucedido.

Os pesquisadores sugeriram que a aspirina diária reduz uma inflamação que pode atrapalhar o ambiente para o embrião crescer.

Médicos ainda acreditam que este benefício pode ocorrer apenas para um grupo seleto de mulheres, mas novas pesquisas ainda serão realizadas.


Fonte: http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2015/10/22/ingerir-aspirina-diariamente-pode-aumentar-a-chance-de-engravidar/

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Veja o que é necessário para manter o nível adequado de vitamina D no organismo


Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo tenham deficiência dessa vitamina.

Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo tenham deficiência dessa vitamina. Segundo a doutora Talita Poli Biason, gerente médica da unidade Medicamento Isento de Prescrição do Aché Laboratórios Farmacêuticos, fatores como idade, estilo de vida, pigmentação da pele e sazonalidade influenciam a produção da vitamina, que é essencial para a saúde óssea. Para manter o nível adequado no organismo, é preciso seguir algumas recomendações:

1 – Luz solar:
É uma das principais formas de obtenção de vitamina D. A indicação é de exposição diária ao sol pelo período de 10 a 15 minutos. Para minimizar os riscos que o sol pode trazer à saúde, o melhor horário é antes das 10h ou depois das 16h.

2 – Peixes ricos em gordura:
São boas fontes da vitamina. As opções mais comuns são salmão, truta, cavala, atum e enguia. Cada 100g de salmão fornecem de 100 a 250 UI (unidades internacionais) de vitamina D.

3 – Cogumelos:
Os frescos, em uma quantidade de 100 gramas, contêm 100 UI da vitamina.

4 – Suplementos:
Os suplementos surgem como aliados para o alcance das quantidades necessárias. De forma prática, fornece a ingestão para pessoas que, por causa da correria do dia a dia, não ficam devidamente expostas ao sol. É necessário consultar um médico para verificar a dose ideal para cada caso.


Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/10/21/noticia_saudeplena,155474/veja-o-que-e-necessario-para-manter-o-nivel-adequado-de-vitamina-d-no.shtml

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Droga da USP não tem ação comprovada contra câncer; Anvisa diz que é ilegal


A substância fosfoetanolamina, distribuída na USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos por supostamente ser capaz de curar o câncer, não tem comprovação de eficácia contra a doença. Além disso, a sua distribuição à população é ilegal, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

UOL tentou contatos com a USP na capital paulista e em São Carlos (232 km de São Paulo) na manhã e tarde de quarta-feira (14) e na manhã e tarde desta quinta-feira (15), para explicar como a droga era fornecida para a população e responder à declaração da Anvisa, mas a universidade não se pronunciou. O pesquisador Gilberto Orivaldo Chierice, do Instituto de Química da USP de São Carlos, que fabricou e distribuiu o composto por anos, também não foi encontrado pela reportagem nos telefones celular e residencial.

A substância não pode ser considerada um remédio porque não foi testada oficialmente em humanos, passo essencial para que um composto em estudo comprove que funciona, é seguro e não tem efeitos colaterais. Pessoas recebiam as cápsulas com a fosfoetanolamina, mas, até onde se sabe, não eram acompanhadas para verificar esses parâmetros.

As pesquisas documentadas foram feitas com animais e células humanas in vitro, primeiros passos de qualquer estudo científico. Mas ainda são necessárias várias etapas de estudo para comprovar que ele realmente tem alguma função no tratamento do câncer. A cura seria um passo além.

Sem um estudo oficial, registrado pela Anvisa, a entrega de cápsulas contendo fosfoetanolamina sintética para fins medicamentosos infringe a lei 6.360/76, segundo a agência. A lei impede a entrega, a venda e industrialização de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos para consumo sem o registro da agência.

"A comercialização, bem como a exposição do produto fosfoetanolamina, estaria em desacordo ao que prevê a Lei nº. 6.360/76, que em seu artigo 12 dispõe:"...nenhum dos produtos de que trata esta Lei, inclusive os importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue ao consumo antes de registrado...", citou em nota técnica enviada ao UOL.

A Anvisa chama a entrega de "prática irregular segundo os princípios de segurança adotados pelas principais agências reguladoras de medicamentos do mundo".

Contra a lei
"No caso da fosfoetanolamina, a Anvisa não recebeu qualquer pedido de avaliação para registro desta substância, tampouco pedido de pesquisa clínica, que é a avaliação com pacientes humanos. Isto significa que não há nenhuma avaliação de segurança e eficácia do produto realizada com o rigor necessário para a sua validação como medicamento", citou na nota.

No entanto, desde que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reconsiderou a decisão que proibia a distribuição para alguns pacientes após liminar do STF (Supremo Tribunal Federal)pacientes e parentes formam filas na sede do campus atrás da substância entregue gratuitamente dada a apresentação das liminares (mais de 700 já foram concedidas em primeira instância). 

A distribuição das cápsulas era feita livremente na universidade até uma portaria da USP de 2014, baseada na lei 6.360/76, proibi-la. No entanto, não se sabe por que a USP autorizou a distribuição por tanto tempo da droga, o que sempre foi ilegal pela lei.

Depois da decisão judicial, a USP e o Instituto de Química de São Carlos emitiram notas afirmando que a droga não é um medicamento e que as cápsulas só seriam entregues para quem apresentasse a liminar. De acordo com a IQSC, o estudo capitaneado pelo professor aposentado Cherice foi feito de forma independente por ele. A USP afirmou em nota que os mandados judiciais serão cumpridos, dentro da capacidade da universidade.

"Ao mesmo tempo, a USP está verificando o possível envolvimento de docentes ou funcionários na difusão desse tipo de informação incorreta. Estuda, ainda, a possibilidade de denunciar, ao Ministério Público, os profissionais que estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes", escreveu em nota.

Segundo o advogado Tiago Matos, diretor jurídico do Instituto Oncoguia, se comprovado que a USP cometeu um ato ilegal, contrariando a legislação, ela pode ser responsabilizada por isso. "Pode ser punição administrativa, criminal, mas quem vai punir é outra história. É delicado", diz.

Droga sem ação comprovada
A declaração da Anvisa vem ao encontro com a de oncologistas que também afirmaram não haver evidências científicas que comprovem que a droga cura o câncer. Isso porque a substância sequer foi testada em humanos. "É fundamental que sejam feitos estudos controlados em humanos para definir a eficiência, a dose ideal e a segurança de um remédio antes de ele ser usado pela população, o que não ocorreu na pesquisa com o composto de São Carlos", aponta Maria Del Pilar Estevez Diz, coordenadora de oncologia clínica do Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo).

"Qualquer fármaco que venha a ser usado em pessoas precisa passar por essas etapas. Essa é uma questão fundamental. É no estudo clínico que se tem uma posição mais clara de quais são os benefícios e quais são os riscos do medicamento", explica a oncologista.

Para Gustavo Fernandes, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, usar uma droga que foi testada somente em animais (diga-se aqui, camundongos) é "altamente perigoso" porque não se sabe sequer se pode melhorar ou piorar a saúde de quem já está doente.

"É muito difícil partir de dados pequenos em animais para uso populacional. É altamente perigoso. Se a população usa essa droga e ela for deletéria, como a gente vai saber? E vai comparar com o que?", questiona.

Butantan testa em células humanas
Outras pesquisas feitas com a fosfoetanolamina no Instituto Butantan, em São Paulo, testam a substância em tumores de células de mama, de fígado, do pâncreas e dos rins com resultados promissores, segundo o biomédico Durvanei Maria, do laboratório de Bioquímica e Biofísica do Instituto.

"Não tenho dúvida que a fosfoetanolamina é eficaz. Ela impede a proliferação de células tumorais, mecanismo conhecido como morte celular programada já que não destrói as células normais, não altera o funcionamento de órgãos e do sistema imunológico", diz o biomédico.

A maioria dos testes ainda é feito em ratos e camundongos, mas células de humanos já estão sendo testadas e apresentam resultados semelhantes, diz Maria. O objetivo agora, segundo ele, é começar com os testes clínicos. Para isso, se juntou a um grupo de cientistas que se mobilizou para regularizar o uso da droga na Anvisa e nas comissões de ética médica. Diferentemente da USP, a equipe do biomédico não produz cápsulas.

Trocar de tratamento é perigoso
O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica diz entender o "desespero" de pessoas que não vêm mais resultados no tratamento contra o câncer, mas qualquer médico só pode receitar medicamentos cuja eficácia já tenha sido comprovada por determinação do Conselho Federal de Medicina.

"Se houvesse qualquer dado científico que dissesse que essa droga traria benefícios aos humanos, eu poderia considerar o uso. Mas não há nada na literatura sobre isso, então não posso recomendar. Posso dizer que vi alguns pacientes usarem, e não tive percepção de benefício ou malefício, mas isso é uma percepção, não Ciência, então não valida nada", diz.

Segundo a oncologia clínica do Icesp, deixar o tratamento convencional para adotar o que parece milagroso não é indicado porque pode alterar o resultado do tratamento ou mesmo piorar a saúde já que faltam evidências de que a droga alternativa é realmente eficaz.

"Tem que tomar cuidado já que todas as intervenções podem ter riscos e efeitos colaterais, inclusive as medicamentosas e até de produtos naturais que podem alterar o metabolismo ou os efeitos do tratamento. Os pacientes que estão em tratamento cuja indicação é clara, que temos a ideia do que pode ser esperado, seja de benefícios e de eventos adversos, devem manter esse tratamento", afirma.

Há interferência da indústria farmacêutica?
Os dois especialistas não acreditam na hipótese levantada nos últimos dias de que a substância não é usada em larga escala por interferência da indústria farmacêutica. 

"A indústria farmacêutica tem o objetivo de dar lucro e sempre que houver um produto promissor ninguém é mais interessado do que ela. Não existe uma pílula mágica, mas um conjunto de intervenções. Seria ótimo se tivéssemos um medicamento, mas o mecanismo da doença é muito complexo, não é um lobby, é uma dificuldade da Ciência em fazer isso, mas estamos progredindo muito nos últimos anos", afirma Pilar.

Já para Fernandes não há com crer que apenas uma medicação pode curar todos os tipos de câncer porque os genes ativados podem ser diferentes em cada órgão. Da mesma forma que não crê em teorias que acreditam que a cura é escondida porque a doença 'dá mais lucro'. "Não acredito que quem teria a cura de uma doença que mata mais do que guerra mundial esconderia isso por muito tempo. Se existisse, Hitler seria uma pessoa bacana perto dessa aí", completa Fernandes.

Os pesquisadores da USP São Carlos afirmaram que patentearam a substância para que ela não seja usada pela indústria, que buscaria lucrar com ela. Também foi levantada a hipótese de que as farmacêuticas estariam impedindo o teste em humanos, junto à Anvisa. Mas, segundo o órgão, não há necessidade de intervenção da indústria farmacêutica para a realização de estudos clínicos. Se uma universidade tiver condições de fazê-lo, basta contatar a agência e mostrar a documentação adequada. "A USP de São Carlos nos procurou para dar detalhes sobre o processo, mas nunca fez o pedido para realizar os testes clínicos, o que é diferente", informou a agência.

Se é ilegal, porque a Justiça autoriza?
A pergunta que fica é: por que a Justiça libera o uso se a lei comprova a ilegalidade? 

A resposta está na interpretação do juiz que pode optar pelo direito à saúde e à vida garantidos na Constituição ou pela legalidade do ato, que em situações de vida ou morte tende a ficar em segundo plano, explica o advogado do Instituto Oncoguia.

"Há duas correntes de pensamento entre os juízes. Alguns entendem que havendo uma prescrição, a expertise do médico dá crédito e o judiciário se posiciona a favor. Contudo, há alguns que se posicionam com mais cautela e, por não ter registro e prova de eficácia e segurança, não validam a decisão", explica.
No entanto, Matos crê que a liberação de drogas sem registro e sem estudos clínicos pode "abrir brechas perigosas para a sociedade". 

"Isso é temerário porque pode abrir brechas para situações além da fosfoetanolamina em casos que podem beirar o charlatanismo, como dizer que chá de cogumelo é bom. Isso pode ser muito perigoso para a sociedade", afirma.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/10/16/droga-da-usp-nao-tem-acao-comprovada-contra-cancer-anvisa-diz-que-e-ilegal.htm

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Desvendando os mitos da alimentação


Manter uma alimentação saudável significa moderação. Comer um pouco de tudo em pequenas porções ao longo do dia, comer muitas frutas e verduras, diminuir a quantidade de açúcar e beber muita água.

Neste Dia Mundial da Alimentação, aproveite para começar a mudar os hábitos alimentares. Para isso, segue uma lista de mitos e verdades sobre comidas, bebidas e dieta:

Ingestão de carboidratos à noite
A história de que ingerir pães e massas à noite engorda é mito. É importante consumir carboidratos em todas as refeições, mas em pequenas quantidades. Para consumir fibras, dê preferência aos integrais.

Ficar muitas horas sem comer
Comer apenas três vezes por dia, as refeições principais, pode desacelerar o metabolismo. Isto dificulta a eliminação de peso, além de gerar uma fome bem maior. Por isso, é importante fazer pequenos lanches entre as refeições.

Beber água em jejum
Não emagrece! É importante ingerir 2 litros de água por dia, mas apenas o consumo dela não ajuda a emagrecer.

Consumir líquidos durante a refeição 
É indicado o consumo de apenas um copo de água ou qualquer outra bebida. Ah, e não aumenta a barriga.

Banana para cãibra
Realmente, esta fruta reduz as cãibras quando se faz força muscular ou há falta de potássio.

Abacate engorda?
É uma das frutas mais calóricas, mas, caso seja consumida com moderação, não provocará ganho de peso.


Fonte: http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2015/10/16/desvendando-os-mitos-da-alimentacao-saudavel/

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Inmetro proíbe customização de chupetas e mamadeiras


Riscos de asfixia pela aspiração ou ingestão de partes pequenas adicionadas aos produtos são os principais riscos para as crianças.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) proibiu a confecção, importação, distribuição e a comercialização de chupetas, mamadeiras e bicos customizados. Não poderão ser alteradas as características originais do produto certificado com a fixação de partes pequenas como cristais, pérolas, miçangas e adereços em geral.

Também está proibida a pintura de elementos decorativos e alteração da cor do produto. Os fornecedores responsáveis deverão recolher os itens customizados do mercado. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União e entra em vigor nesta quinta-feira (15/10) em todo o país.

Segundo o Inmetro, os processos de customização podem comprometer a segurança dos usuários, expondo-os a potenciais riscos de asfixia pela aspiração ou ingestão de partes pequenas adicionadas aos produtos.

Toda chupeta, mamadeira e bico de mamadeira comercializados no país devem atender aos requisitos mínimos de segurança definidos em regulamentação técnica. A dificuldade de antever todos os possíveis riscos decorrentes de inovações tecnológicas e alterações na forma de comercialização levou o órgão a proibir a fabricação dos produtos com essas partes pequenas.

Para a edição da portaria, em maio, o Inmetro abriu consulta pública e colheu relatos e contribuições sobre o uso desses produtos. Segundo o instituto, os estabelecimentos (lojas físicas e virtuais) onde forem encontradas irregularidades estarão sujeitos às penalidades previstas na lei, com multas que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão.


Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/10/15/noticia_saudeplena,155459/inmetro-proibe-customizacao-de-chupetas-e-mamadeiras.shtml

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Antártida pode perder 85% de sua calota de gelo com mudança climática


O aumento da temperatura global entre 1,5 e 2 graus centígrados provocaria a perda de até 85% da calota de gelo na Antártida e um dramático aumento do nível do mar, segundo um estudo realizado por cientistas australianos e neozelandeses.

O derretimento das camadas de gelo na Antártida poderia contribuir para a elevação do nível do mar em 40 centímetros em 2100, o que se aceleraria até 2300, quando chegaria a cerca de três metros, e continuaria este aumento por milhares de anos mais, de acordo com o estudo, que foi publicado na quarta-feira pela revista científica "Nature".

O líder da pesquisa, Nicholas Golledge, da Universidade de Victoria, na Nova Zelândia, ressaltou que o aquecimento da atmosfera deverá se manter abaixo dos 2 graus para evitar a perda das camadas de gelo.

"Se não se alcançar a meta de 2 graus Celcius, a contribuição da Antártida para o aumento do nível dos mares pode chegar a até dez metros mais que na atualidade", disse Golledge em comunicado emitido nesta quinta-feira pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que também participou da pesquisa.

As mudanças climáticas são uma enorme ameaça para cerca de 10% da população mundial que vive em uma faixa costeira de dez metros sobre o nível do mar, o que inclui muitos Estados insulares do Pacífico.

O estudo analisou com simulações de computador vários modelos de resposta das camadas de gelo da Antártida a diferentes cenários contemplados pelo Painel da ONU frente às emissões de gases do efeito estufa.

A pesquisa determinou que todos os cenários possíveis, exceto o que contempla a redução significativa da emissão de gases poluentes após 2020, provocam um aumento importante no nível dos mares.

Em 2013, um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU previu que, no pior dos cenários, o derretimento das calotas de gelo na Antártida contribuiria para um aumento de cinco centímetros do nível do mar no final deste século, frente aos 40 previstos pelo novo estudo.

"O mais chocante desta descoberta é que fizemos os cálculos mais conservadores possíveis", comentou no comunicado o coautor da pesquisa, Chris Fogwill, da Universidade de Nova Gales do Sul.

O estudo foi publicado a dois meses da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas em Paris, onde os países tentarão chegar a um acordo global para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/antartida-pode-perder-85-de-sua-calota-de-gelo-com-as-mudancas-climaticas,abca053a642f8956971870bf4ece8c3d8rdn9jxq.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Você sabe o que é Lúpus?


A alguns dias, a cantora Selena Gomez, de 23 anos, informou que ficou afastada nos últimos meses para tratar uma doença. Em 2013, ela foi diagnosticada com lúpus, doença autoimune que acontece quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano.

Assim que recebeu o diagnóstico, a cantora iniciou o tratamento, no caso, sessões de quimioterapia. Atualmente, Selena encontra-se curada e já está de volta ao trabalho.

Sobre o Lúpus
Ainda não se sabe o que causa o Lúpus, mas sabe-se que ocorre graças a um ataque do sistema imunológico que, por engano, destrói tecidos saudáveis do corpo. Esta defesa pode ocorrer por razões genéticas e do meio ambiente (exposição à luz do sol, medicamentos…), este capaz de estimular o sistema de forma errada.

Sintomas
Eles podem surgir lentamente ou de repente. Os mais comuns são:
§   Fadiga;
§   Febre;
§   Dor nas articulações;
§   Rigidez muscular e inchaços;
§   Vermelhidão na pele;
§   Dificuldade para respirar;
§   Sensibilidade à luz do sol;
§   Dor no peito;
§   Dor de cabeça, perda de memória e confusão mental;
§   Queda de cabelo;
§   Feridas na boca;
Há outros sintomas que podem aparecer:
§  Tosse com sangue;
§  Coloração irregular da pele;
§  Cefaleia;
§  Problemas de visão;
§  Náuseas;
§  Vômito.
OBS: Em algumas pessoas, os sintomas podem ocorrer apenas na pele.

Diagnóstico
Além da consulta com o médico, alguns exames devem ser realizados para comprovar o diagnóstico de Lúpus. São eles:
§  Exames de anticorpos;
§  Hemograma completo;
§  Radiografia do tórax;
§  Biópsia renal;
§  Exame de urina.

Tratamento
Dependerá da gravidade da doença. Pode ser desde medicação leve até a quimioterapia.

Por não saber a causa, ainda não há como se prevenir deste mal.


Fonte: http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2015/10/08/voce-sabe-o-que-e-lupus/