sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Hábitos alimentares pioram no mundo inteiro



Pessoas de alguns países pobres e de renda média têm dietas mais saudáveis do que as de nações ricas, mas os principais fabricantes de salgadinhos e refrigerantes miram as crianças de uma forma que será prejudicial à sua saúde, segundo uma série de estudos sobre obesidade.
Publicados na semana passada em edições especiais sobre obesidade de "The Lancet" e "Lancet Global Health", o estudo detalhou a piora dos hábitos de consumo de alimentos pelo mundo. A pesquisa também mostrou o quanto disparou a publicidade de "junk food" e de como apenas alguns países agiram para proteger suas crianças desses anúncios.
Alguns países muito pobres se saíram bem em um estudo que comparou o consumo de 13 alimentos saudáveis (como frutas e grãos integrais) e sete insalubres (como refrigerantes e gorduras trans) em 187 países. Chade e Mali tiveram as notas mais altas; logo atrás vieram o Laos, Mianmar e Guiana, ao lado de Grécia e Turquia, onde a dieta mediterrânea é comum.
Entre os países com as piores dietas estão o Cazaquistão, Mongólia e Argentina. Os Estados Unidos tiveram uma nota abaixo da média, se saindo pior do que Canadá ou México, ficando ao lado do Brasil e de países da Europa Oriental.
Um padrão alarmante está surgindo no Brasil, Vietnã, África do Sul, Índia, México e outros países anteriormente pobres que estão ficando mais ricos: muitas crianças têm altura atrofiada por causa da má nutrição, mas são obesas.
Segundo um estudo, no Egito a atrofia em crianças pequenas aumentou depois de 2003 porque criações de aves foram abatidas para deter a gripe aviária H5N1.
Ao mesmo tempo, a publicidade de refrigerantes, salgadinhos e cereais açucarados para crianças cresceu na televisão, em aplicativos e jogos na internet; os gastos publicitários da Coca e da Pepsi somente nos países árabes passou de US$ 40 milhões em 2006 para US$ 400 milhões em 2012.
O consumo per capita de Coca-Cola triplicou no Egito nos últimos 20 anos, e o número de lanchonetes do McDonald's passou de quatro, em 1994, para 56 em 2013. Levantamento de 2011 constatou que um terço dos adolescentes egípcios tinha sobrepeso.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/the-new-york-times/2015/02/26/habitos-alimentares-pioram-no-mundo-inteiro.htm

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Dormir pouco faz mal à saúde. Mas tem remédio: tire um cochilo


O sono é um processo fisiológico fundamental para a manutenção do estado biológico normal e consequente promoção da saúde do organismo. Noites mal dormidas induzem desequilíbrios metabólicos, hormonais e imunológicos, além de levar a dias sonolentos com redução da cognição, aumento da chance de erros nas tarefas diárias e redução da produtividade.
Distúrbios do sono e sua privação podem predispor o indivíduo a diversos tipos de doenças crônicas como obesidade, depressão, diabete e hipertensão, sendo reconhecidos como um problema de saúde pública. Nos Estados Unidos 30% dos adultos reportam dormir menos de 6 horas por dia, tempo insuficiente para os processos biológicos que ocorrem durante o sono.
Uma pesquisa, publicada online esta semana na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, traz um alento aos que dormem pouco durante a noite.
O estudo foi conduzido em 11 homens saudáveis com idades de 25 a 32 anos que sofreram uma restrição importante de sono por uma noite. Na tarde seguinte foram medidas as concentrações na urina de substâncias que aumentam com o estresse, como noradrenalina, adrenalina e dopamina (estas substâncias produzem aumento dos batimentos cardíacos e do açúcar no sangue) e na saliva foi medida a concentração de uma proteína do sistema imunológico chamada interleucina-6 que contribui na resposta imunológica contra viroses.
A noradrenalina apresentou um aumento de duas vezes e meia na sua concentração, enquanto a interleucina-6 teve uma redução significativa.
Na noite seguinte os voluntários sofreram nova restrição de sono, porém, na tarde seguinte, antes das dosagens hormonais, eles tiraram dois cochilos de meia hora. As dosagens tanto da noradrenalina como da interleucina-6 foram normais, evidenciando que os cochilos reverteram os efeitos deletérios da falta de sono no que tange a alteração destas duas substâncias.
Dormir bem é fundamental para a manutenção da saúde e bem-estar (o tempo recomendado é de 8 horas por noite), no entanto, se por algum problema você não pode atingir esta recomendação, reserve um tempinho na tarde seguinte. O seu organismo agradece! 
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 100: - 2015 - doi: 10.1210/jc.2014-2566

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Alemanha usa cegos para detectar câncer de mama


Exames para detectar câncer de mama estão sendo feitos por mulheres cegas na Alemanha. A ideia já existe há alguns anos, e uma pesquisa inédita sugere que pessoas cegas podem, de fato, detectar tumores mais cedo do que aquelas que enxergam.

Esta ideia simples, mas surpreendente, passou pela cabeça de um médico alemão uma manhã enquanto ele estava tomando banho: mulheres cegas poderiam fazer seu trabalho muito melhor do que ele?

"Três minutos é o tempo que eu tenho para fazer exames clínicos das mamas", diz o ginecologista baseado em Duisburg Frank Hoffmann.

"Isso não é suficiente para encontrar pequenos nódulos no tecido mamário, o que é crucial para detectar o câncer de mama cedo."

Pessoas treinadas para ler em braille tem o tato altamente desenvolvido. Por isso, Hoffmann supôs que as mulheres cegas e com deficiência visual seriam mais qualificadas do que qualquer outra pessoa para realizar exames de mama em seus pacientes.

A evidência agora é inequívoca, diz ele.

Em um estudo ainda não publicado, realizado com a Universidade de Essen, mulheres cegas conseguiram detectar quase um terço a mais de nódulos que outros ginecologistas.

"Mulheres que fazem autoexame podem sentir tumores de 2 cm ou maiores", diz Hoffmann.

"Os médicos costumam encontrar tumores entre um centímetro e dois centímetros, enquanto os examinadores cegos encontraram nódulos com tamanhos entre 6 mm e 8 mm. Isso faz uma diferença real. Esse é o tempo que um tumor leva para se espalhar pelo corpo."


Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2015/02/23/alemanha-usa-cegos-para-detectar-cancer-de-mama.htm

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Nova técnica ameniza em 80% as estrias da pele; veja como funciona


Procedimento consiste na aplicação de um ácido com agulha e exige vários cuidados pré e pós sessão

Temidas e odiadas pelas mulheres, as estrias, até então, tinham o status de permanentes e sem solução. Entretanto, de um ano pra cá, uma luz se acendeu no fim do túnel. A bola da vez nos tratamentos estéticos é a micropuntura ou dermopuntura, técnica que consiste na aplicação de ácido nas camadas superficiais da pele estriada e que promete amenizar o aspecto em 80%.

De acordo com a dermopigmentadora Nynna SIlva, que trabalha com a técnica há cerca de 1 ano, a micropuntura promove uma renovação celular. " O trabalho consiste na estimulação mecânica da pele com o uso de máquina, agulhas descartáveis e um ácido especifico aplicado na região com estrias, uma a uma, para provocar um processo de "inflamação" que resultará na produção natural de colágeno e elastina. Ao defender-se desse processo inflamatório, a pele trabalhara intensamente para regenerar-se, e produz novos tecidos que irão preencher a área desgastada com novas células já diferentes do aspecto desgastado anterior. O resultado final é muito satisfatório", explica.

Ainda segundo Nynna,são necessárias de 5 a 8 sessões de cerca de 1 hora cada para que o tratamento seja finalizado e há cuidados pré e pós micropuntura que devem ser tomados pelas clientes. "Cerca de uma semana antes da aplicação do ácido, a pessoa precisa usar um creme específico na área a ser tratada e evitar ao máximo a exposição ao sol. Já após o tratamento, é muito importante cortar da dieta por 7 dias alimentos que possuam betacaroteno, como cenoura, caqui, manga, damasco seco, acerola, batata-doce, abóbora, beterraba, agrião, repolho e pimentão. Esses alimentos estimulam a melanina e não são recomendados nesse período de cicatrização, pois a pele, ao regenerar-se, pode se reestruturar com uma cor amarelada ou acinzentada", explica a dermopigmentadora. Por fim, a especialistas também orienta que a pessoa deve ficar pelo menos dois meses sem tomar sol.

Apesar de ser seguro, segundo Nynna, o tratamento não pode ser feito por todas as mulheres. De acordo com ela, pessoas que tenham algum problema de cicatrização, cicatriz hipertrófica, sejam muito alérgicas ou tenham diabetes não devem se submeter à micropuntura. Já com relação aos efeitos colaterais das sessões, ela garante que não existem, mas salienta que quanto mais clara for a pele, mais tempo as estrias levarão para serem 'camufladas'.


Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/02/20/noticia_saudeplena,152296/nova-tecnica-ameniza-em-80-as-estrias-da-pele.shtml

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

ESCOLIOSE - O Diagnóstico Precoce Ajuda


Não confundir com problemas de postura
Para entender o que é escoliose, é preciso ter em mente que a coluna vertebral, vista por trás, deve ser "reta" (figura da direita). Qualquer desvio é sinal de problema. Se o desvio for mínimo e apenas para os lados, tem-se a chamada "atitude escoliótica", em geral causada por maus hábitos de postura e que pode ser corrigida na maioria dos casos. Já a escoliose é uma doença e causa, além do lateral, um desvio tridimensional da coluna, ou seja, ela se inclina para os lados, para frente e para trás e em volta de seu próprio eixo (figura da esquerda). A coluna com escoliose não volta mais ao normal, por isso é preciso parar o quanto antes a evolução da doença. 
Incidência da doença entre as mulheres é oito vezes maior 
Em 80% dos casos, as escolioses têm causas desconhecidas e ligadas à hereditariedade, atingem jovens saudáveis, começam no meio da infância e antes da adolescência, e são oito vezes mais frequentes nas meninas. Os 20% restantes podem ter origem congênita (malformação óssea), neuromuscular (doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular etc.) ou adquirida (após uma fratura, radioterapia etc.).
No adulto, a doença pode resultar de uma condição que começou na infância e não foi diagnosticada ou tratada na fase de crescimento. A escoliose em adultos também pode ser causada pela degeneração dos discos entre as vértebras da coluna e pela osteoporose. Se não forem tratados, os casos severos de escoliose em adultos e idosos podem causar dores crônicas e fortes nas costas, deformidade física e dificuldade na respiração.
Teste simples pode acusar o problema
Pais e professores de educação física precisam estar atentos, e aplicar às crianças e aos jovens o chamado teste de Adam: deve-se olhar para as costas da pessoa de pé, com os braços ao longo do corpo e os pés em posição natural, e avaliar se a coluna está reta. Se houver desvio ou se um ombro estiver mais alto que o outro, é possível que exista uma escoliose ou outro problema a ser corrigido.
Também pode-se pedir à pessoa que se incline para a frente num ângulo de 90º e verificar se:
- As costas estão niveladas, ou se um dos lados está mais elevado;
- Os ombros e o tórax estão nivelados, ou se um lado está mais alto a bacia ou zona lombar está reta, ou se um lado está mais elevado, e aparecer qualquer um desses sinais é preciso levar a criança ao pediatra ou ao ortopedista.
O número de cirurgias para correção da escoliose nos Estados Unidos caiu muito nos últimos anos, graças às agressivas campanhas nas escolas para a identificação precoce da doença. Além disso, os pediatras norte-americanos também examinam regularmente as crianças e os programas de triagem acontecem em quase todo o país.
Colete é principal tratamento
O tratamento deve ser feito pelo ortopedista, depois de considerar vários fatores, como história da doença na família, idade em que a curva começou, sua localização e gravidade. Como a maioria das escolioses não evolui, não causa dor ou alterações nas funções do organismo e também não é percebida externamente, basta monitorar para prevenir avanços.
Em 25% dos casos, a curva pode progredir e, a partir dos 20 graus, o médico poderá indicar o uso, até o fim da fase de crescimento, de colete ortopédico. Quanto menor a curvatura, mais eficaz será o colete. Pioras após o término dessa fase são incomuns e os coletes funcionam bem para curvaturas de até 45 graus.
Embora eficaz, o colete pode provocar desconforto e problemas emocionais para crianças e adolescentes, que podem se sentir excluídos da escola e dos grupos de que participam. É preciso estar atento e procurar a ajuda de psicólogos, caso isso ocorra.
Em situações mais raras, quando a escoliose é descoberta depois de ter produzido curva com mais de 45 graus ou quando o colete não controla a curva (10% dos casos), pode ser necessária uma cirurgia. Esse é o caso também das curvaturas de 60 graus ou mais, bastante incomuns.
O médico pode ainda associar terapias complementares para reforço e relaxamento da musculatura ligada à coluna, como natação, fisioterapia, reestruturação postural global (RPG), massagem, quiropraxia, que, se bem orientados, ajudam.
Outro fator de risco para a curvatura da coluna é a diferença no comprimento das pernas, compensada pela coluna com uma curva. Nesses casos, recomenda-se sapatos apropriados ou outras medidas de correção.
Vários graus
Escolioses com curvaturas de 10 graus ou menos não causam dor, não diminuem a força, a mobilidade, a resistência ou qualquer outra função do corpo, não progridem e não aumentam a chance de se ter dores nas costas, artrite, hérnia de disco ou qualquer problema muscular. Por isso, não exigem tratamento.
Já as curvaturas entre 10 e 20 graus merecem ser acompanhadas porque, embora também não causem maiores problemas, podem progredir durante o crescimento da pessoa. Se a escoliose for descoberta já com curvatura maior que 20 graus e a pessoa ainda tiver potencial de crescimento, é preciso tratá-la imediatamente.
Quando se desenvolve nas crianças antes dos três anos, a escoliose pode evoluir para formas muito graves, chegando a ângulos superiores a 100 graus.
Alguns mitos que devem ser desfeitos
Mochilas e bolsas pesadas, de um lado só, podem causar escoliose?
Não. Mas esse hábito pode causar outros tipos de problema, inclusive musculares. O ideal é que o peso da mochila não ultrapasse 15% do peso do corpo e esteja distribuído de maneira uniforme.
Cadeiras e mesas inadequadas, para trabalhar ou para estudar, causam escoliose?
Não. O que pode acontecer é a dor causada pela escoliose piorar ou surgirem outros problemas, como os musculares.
excesso de peso pode ser a origem da escoliose?
Não. Mas torna a pessoa suscetível à progressão da doença.  
Referência Bibliográfica
  • -Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Al. Lorena, 427 - 14º andar - Jardim Paulista - São Paulo (SP) CEP 01424-000 - 0800-727-7268 / www.sbot.org.br
  • -Núcleo de Estudos e Pesquisa da Escoliose e Biomecânica (Nepe-Br) Rua Peixoto Gomide, 996, cj 110 - Cerqueira César - São Paulo (SP) - CEP 01409-000 www.escoliose.fst.br Universidade de São Paulo
  • -Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano - www.revistasusp.sibi.usp.br - Pesquise por palavra-chave - "escoliose" 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Consumo elevado de refrigerantes é associado a um adiantamento da puberdade em meninas



A instalação da puberdade é um processo biológico que faz parte do amadurecimento reprodutivo do indivíduo. Na menina o início da puberdade é caracterizado pela primeira menstruação, evento chamado de menarca. Uma série de fatores influencia este processo, desde condições metabólicas até aspectos psicossociais. A idade da instalação da puberdade em meninas pode variar conforme o balanço destes fatores e estudos epidemiológicos têm associado o adiantamento da puberdade em meninas com um maior risco para depressão e câncer de mama no futuro.

Apesar de pesquisas demonstrarem que alterações metabólicas produzidas pela ingestão de refrigerantes podem potencialmente modificar a instalação da puberdade, uma associação direta entre ingestão de refrigerantes com a idade da menarca ainda não havia sido investigada. Agora, em um estudo publicado esta semana na revista científica Human Reproduction, esta associação direta foi analisada.

A pesquisa consistiu de um estudo prospectivo com o acompanhamento, por um período de 5 anos, de mais de 5500 meninas de 9 a 14 anos que ainda não tinham menstruado no início do estudo. O consumo de bebidas adoçadas foi avaliado por meio de questionários regulares e assim como a data da primeira menstruação.

A tabulação dos resultados e sua análise indicou que as meninas que ingeriam mais que uma porção e meia por dia de bebidas adoçadas tiveram um adiantamento na menarca de quase 3 meses quando comparadas com as meninas que ingeriam duas porções ou menos por semana. Este achado foi independente do índice de massa corporal (relação entre peso e altura), quantidade de alimento ingerida ou quantidade de exercício praticado pelas participantes.

Apesar deste estudo não ter capacidade de provar uma relação de causa-efeito, alguns mecanismos fisiológicos podem ser sugeridos para explicar esta associação. O principal deles é que bebidas adoçadas (refrigerantes, sucos de frutas adoçados e chás em lata ou caixa) têm um alto índice glicêmico que causa um aumento rápido das concentrações de insulina. A insulina é um hormônio regulador metabólico que atua também como um modulador de hormônios sexuais. Desta forma, o contínuo aumento da insulina produzido pela ingestão regular deste tipo de bebida poderia servir de estímulo para os hormônios que controlam a função reprodutiva.

O controle da ingestão de bebidas adoçadas é um fator modificável no estilo de vida que traz repercussões positivas na promoção da saúde, principalmente em crianças e adolescentes.

Autor: Equipe ABC da Saúde

Referência Bibliográfica

·         -Human Reproduction, Vol.0, No.0 pp. 1 -9, 2015 - doi:10.1093/humrep/deu349

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Associação quer mudar diagnóstico de morte cerebral


A Associação de Medicina In­­tensiva Brasileira (Amib) está discutindo alterações nos critérios para o diagnóstico da morte encefálica no Brasil. A ideia é diminuir o tempo para que seja identificada a condição e com isso minimizar o sofrimento de familiares, melhorar o uso de recursos e aumentar as chances de doação de órgãos.
Cada país tem sua própria legislação no que diz respeito aos procedimentos e exames necessários para que seja diagnosticada a morte cerebral. No Brasil, desde 1997 (quando foi regulamentada a lei que dá ao Conselho Federal de Medicina a atribuição de definir esses critérios por meio de resolução), um paciente é diagnosticado com morte encefálica a partir de dois exames clínicos, um teste de apneia e exames complementares que podem variar de acordo com o hospital ou o caso do paciente. Os exames clínicos são feitos por dois médicos diferentes e com um intervalo mínimo de seis horas, o que faz com que todo o processo leve em média de 8 a 10 horas. Com as mudanças, que diminuiriam o intervalo entre os exames clínicos, esse tempo poderia ser reduzido para algo entre 4 e 6 horas. “É importante deixar claro que essa redução de tempo não torna o diagnóstico menos criterioso”, ressalta a médica chefe da UTI do Hospital das Nações e representante do Paraná na Amib, Nazah Youssef. Segundo ela, há países em que é feito apenas um exame clínico. “Se no primeiro exame a morte encefálica é identificada, no segundo é realmente muito difícil que não se confirme”, afirma. Nazah explica que quanto mais passa o tempo maior a degeneração natural do organismo e a chance de uma doação completa diminui. A proposta está em consulta no site da Amib, pelo qual podem participar profissionais intensivistas associados. Não há um prazo para que sejam feitas as colaborações. Depois de encerradas, a Amib ainda deverá elaborar um texto com a proposta e levá-la ao Minis­tério da Saúde.
Médicos
No fim do ano passado, a Câ­­mara Técnica de Morte En­­cefálica do Conselho Federal de Medicina (CFM), entregou ao Ministério da Saúde um documento que reúne informações e orientações para facilitar o trabalho dos profissionais que atuam nas UTIs em relação ao suporte clínico a pacientes em risco de morte encefálica. O coordenador da Câmara Téc­nica de Morte Encefálica do Conselho Federal de Medicina, Gerson Zafalon Martins, reconhece a necessidade de reavaliar o protocolo, uma vez que desde 1997, quando foi instituído, houve avanços em tecnologias e medicamentos. No entanto, ele não confirma a intenção de reduzir o tempo entre os exames clínicos. “Estamos reavaliando o protocolo. Temos que nos adaptar aos avanços da medicina e por isso nos preocupamos em melhorar a aplicabilidade dos critérios para identificação da morte encefálica com o intuito de aumentar os diagnósticos. Para isso fizemos esse documento que orienta os profissionais”, afirma.
Exames
Confira os passos para o diagnóstico da morte encefálica:
> São feitos dois exames clínicos com intervalo mínimo de seis horas entre cada um, por médicos diferentes para avaliar os reflexos do paciente.
> Teste de apneia por 10 minutos para verificar a capacidade do paciente de respirar. Caso ainda esteja vivo, ao atingir um nível determinado de gás carbônico no organismo o paciente responderá retomando a respiração.
> Exames complementares para demonstrar ausência de atividade elétrica cerebral.


Fonte: Gazeta do Povo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cientistas comprovam que leite materno ajuda na transição para alimentos sólidos



Cientistas da Universidade da Carolina do Norte (UNC), nos Estados Unidos, detectaram mais um benefício do aleitamento materno. Segundo eles, recém-nascidos que recebem exclusivamente o leite da mãe têm uma flora intestinal mais preparada para receber e digerir alimentos sólidos. “A transição para sólidos é muito mais dramática para bebês que não são amamentados exclusivamente. Detectamos que os microbiomas dessas crianças podem contribuir para mais dores de estômago e cólicas”, diz Andrea Azcarate-Peril, professor assistente no Departamento de Biologia Celular e Fisiologia da UNC e autor sênior do estudo.

Foram coletadas fezes de bebês e informações sobre a dieta e a saúde deles da segunda semana de vida até os 14 meses. Os cientistas aplicaram técnicas de sequenciamento de genoma das amostras e analisaram os tipos e as funções das bactérias identificadas. Eles descobriram 20 enzimas bacterianas em bebês que foram alimentados exclusivamente com leite materno e passaram a receber alimentos sólidos depois de seis meses de vida. Nas crianças que receberam fórmula e leite materno, o número de enzimas chegou a 230, indicando uma mudança muito dramática na composição da flora intestinal em pouco tempo de vida.

“O estudo avança nossa compreensão de como o microbioma intestinal se desenvolve cedo, o que é claramente um período de tempo muito importante para a saúde atual e futura de uma pessoa”, ressalta Amanda Thompson, professora associada do Departamento de Antropologia da UNC e autora principal do estudo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os recém-nascidos sejam alimentados apenas com o leite materno nos seis primeiros meses de vida. Depois desse período, devem receber alimentos complementares, como sopas e papas, mas as mães devem dar continuidade à amamentação.

Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/02/10/noticia_saudeplena,152196/cientistas-comprovam-que-leite-materno-ajuda-na-transicao-para-aliment.shtml

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Cigarro pode aumentar a mortalidade entre portadores do cancer de colon



Um novo estudo indica que fumar pode aumentar o risco de morte mais precocemente para as pessoas que sobreviveram ao câncer de cólon.

Pesquisadores da American Cancer Society analisaram mais de 2.500 sobreviventes do câncer de cólon nos Estados Unidos. Um pouco menos de 1.100 morreram durante uma média de 7,5 anos de seguimento, e destes, cerca de 450 morreram devido ao próprio câncer de cólon.

Em comparação com os não fumantes, os sobreviventes do câncer que fumavam tinham uma probabilidade mais do que duas vezes maior de morrer por qualquer causa ou pelo câncer de cólon durante o período de acompanhamento, segundo o estudo. Os resultados foram publicados on-line pela revista Journal of Clinical Oncology de 02 de fevereiro de 2015.

Os resultados somam-se a outras evidências de que o tabagismo está associado com maior risco de morte prematura entre os sobreviventes de câncer de cólon, disseram os pesquisadores. No entanto, a associação encontrada pelo estudo não prova uma relação de causa e efeito.

Fonte: American Cancer Society, news release, Feb. 2, 2015.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A difícil escolha entre o saboroso e o saudável


Ao escolher os alimentos que vão consumir as pessoas se defrontam com opções que muitas vezes vêm associadas a um dilema: a satisfação imediata proporcionada pelo paladar ou o bem-estar e saúde duradouros produzidos pelos alimentos sabidamente saudáveis.
A epidemia mundial de obesidade e diabete tipo II, com suas nefastas consequências para a saúde e consequente redução do tempo de vida, fez com que os formuladores de políticas de saúde em todo o mundo produzissem um grande número de campanhas de conscientização por uma alimentação mais saudável. No entanto, estas campanhas têm se demonstrado ineficazes na contenção do crescimento destas doenças.
Para tentar esclarecer as possíveis razões para o fracasso destas campanhas foi realizado um interessante estudo que expõe o conflito entre o saudável e o saboroso. A análise centrou-se nos aspectos intuitivos e cognitivos envolvidos na escolha do alimento. A pesquisa foi publicada na última semana na revista Journal of Public Policy & Marketing.
No estudo os participantes podiam escolher entre iogurtes com diferentes quantidades de açúcar e gordura. Os resultados revelam que o fato do indivíduo saber a composição e o potencial dano que aquele alimento pode causar à saúde não é suficiente para ele definir a sua escolha.
Mesmo entre os participantes que previamente apresentavam uma preocupação em ingerir alimentos saudáveis, o principal fator que guiou as escolhas foi o sabor. Esta tendência foi mais acentuada naquele grupo que não tinha preocupação prévia em saber se o alimento era saudável ou não. A escolha consciente depende de um controle cognitivo que, no mais das vezes, é superado por um processo intuitivo que faz a opção pelo mais saboroso.
O fator determinante sobre a escolha de um alimento é o sabor, independente se a pessoa é preocupada ou não com o efeito deste alimento sobre a saúde. E, o que é pior, aumentar a conscientização sobre os efeitos do tipo de alimento aparentemente não influencia na escolha.
O que fazer então? Ficamos à mercê da nossa intuição atávica pelo mais saboroso ou travamos uma luta contínua usando a razão pelo mais saudável?
Vale lembrar que esta questão está associada aos alimentos industrializados (que nos estilo de vida atual é a forma preponderante de alimentação) e, para conquistar seus clientes, a indústria alimentícia, por meio da química, está provocando cada vez mais nossa intuição.
Ainda bem que os nossos bons cozinheiros comprovam que não estamos completamente perdidos. É possível sim comer um alimento que ao mesmo tempo é saudável e saboroso. Qual é o segredo? - Quanto menos industrializado o alimento, melhor!
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Journal of Public Policy & Marketing-January 2015 - http://dx.doi.org/10.1509/jppm.14.006.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Mais Médicos prevê 18 mil profissionais em 4.000 cidades em 2015


O edital do Programa Mais Médicos de 2015 abriu vagas para 4.146 profissionais em 1.294 municípios, além de 2 distritos indígenas. Com a ampliação, somarão 18.247 médicos que atenderão nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) em 4.058 municípios, e 34 distritos indígenas, assistindo ao menos 63 milhões de pessoas. A lista dos novos municípios contemplados está aqui.
Esse total abrange 72,8% de todas as cidades do Brasil, segundo o Ministério da Saúde, que divulgou resultados do edital de adesão ao programa deste ano nesta quarta-feira (4).
Até 2014, 14.462 médicos atuavam em 3.785 municípios, com alcance de 50 milhões de pessoas.
A prioridade das vagas é para médicos brasileiros formados no Brasil. Se sobrarem vagas, o programa abre espaço para médicos brasileiros formados no exterior e, se ainda sim faltarem médicos, o programa será indicado a médicos estrangeiros.
O Nordeste foi a região mais contemplada com novas vagas, 1.784. O Sudeste solicitou 1.019 médicos, seguido do Sul (520), Norte (395) e Centro-oeste (393). A maioria (66%) das prefeituras contempladas com novas vagas está dentro do critério de vulnerabilidade social e econômica, segundo o governo. 
Segundo o Ministério da Saúde, a expansão priorizou municípios com 20% de sua população em extrema pobreza, com IDH baixo e muito baixo.
"A enorme adesão dos municípios mostra o impacto e a confiança que os gestores têm no programa, além da sua importância para a estruturação e expansão do atendimento. Essa nova etapa do Mais Médicos é uma oportunidade de ampliarmos e expandirmos o impacto do programa para 63 milhões de pessoas", comemorou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/02/04/mais-medicos-preve-18-mil-profissionais-em-4000-cidades-em-2015.htm

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Nutricionista dá dicas para preparar lanches saudáveis para crianças e adolescentes



Uma boca dica para ajudar a quebrar a resistência ao consumo de alimentos saudáveis é negociar com os filhos um dia da semana para que levem o que quiserem

Com o início das aulas, os estudantes se deparam com a tentação dos lanches fritos, salgadinhos e doces vendidos nas cantinas de algumas escolas. Há colégios que proibiram a venda desses alimentos, mas onde ainda é permitido a orientação aos pais é de que os lanches preparados em casa são a saída para manter a alimentação saudável de crianças e adolescentes.

A nutricionista e professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília, Raquel Botelho, dá dicas aos pais sobre os alimentos que devem ser evitados e o que é recomendável para o lanche. Na lista do que deve ser evitado estão os alimentos ricos em açúcares, gordura e sódio, como biscoitos recheados, doces, refrigerantes e salgadinhos industrializados. “Esses salgadinhos são riquíssimos em sódio, e as crianças estão consumindo muito sódio e ficando hipertensas cedo. Deixe esses alimentos para um momento de festa, de fim de semana”, recomenda Raquel.

Você sabe o que tem dentro dos sucos de caixinha?

Item comum nas lancheiras das crianças, os sucos de caixinha também não são uma boa opção, pois podem ter mais açúcar que os refrigerantes. Eles podem ser substituídos por água de coco e sucos naturais.

As frutas são boas alternativas para levar à escola. Além da fruta, é interessante incluir comidas que garantam energia, como sanduíches naturais, pão e torradas com queijo magro, geleia ou requeijão.

Com a correria do dia a dia, o comum é que os pais não tenham tempo para preparar lanches, e o mais prático é recorrer aos industrializados. Nesse caso, a nutricionistas ressalta que é importante procurar produtos naturais, sucos e geleias sem açúcar, biscoitos integrais e ficar atento aos rótulos para verificar a quantidade de açúcar e gordura.

Os pais que mantêm conta na cantina, ou compram tickets mensalmente, podem se informar sobre o que é vendido para orientar os filhos no consumo e até combinar o que será fornecido ao estudante.

Você sabe a quantidade de açúcar que tem nos achocolatados em pó?

Para ajudar a quebrar a resistência ao consumo de alimentos saudáveis, a nutricionista Raquel Botelho, sugere que os pais negociem com os filhos um dia da semana para que levem o que quiserem para a escola, ou comprem lanche na cantina. “Se nos outros dias a criança vai ter uma alimentação mais saudável, ela vai ver que algumas coisas não valem a pena, ou vai passar a não gostar, porque vamos adaptando nosso paladar”, avalia.

Outra dica é não colocar alimentos em excesso na lancheira dos filhos. Os pais devem mandar apenas a porção necessária para não atrapalhar a refeição seguinte, que é o almoço ou o jantar.

A advogada Claudia Miziara matriculou o filho de 6 anos em uma nova escola do Distrito Federal, este ano, e ficou surpresa com as regras para a alimentação. Além do refeitório vender apenas comidas com produtos integrais, açúcar mascavo e sucos naturais, os pais não podem mandar de casa nada que fuja dessa linha. “Eu tinha preocupação com lanches saudáveis, porque a cantina da escola anterior vendia salgadinhos e doces, e os coleguinhas também levavam produtos assim e acabavam compartilhando com meu filho”, disse.

Claudia aprovou o método, apesar de considerar ser mais trabalhoso. “Achei bom, apesar de ser mais fácil mandar um pacote de biscoito e um suco de caixinha. Agora, faço suco de fruta bem cedo, faço bolos, e quando ficar complicado vou comprar o lanche da escola. Vendo os coleguinhas comerem assim, meu filho vai acabar se acostumando mais fácil, e creio que no futuro vamos colher bons frutos”, diz.

Motivados pela preocupação com a saúde e com a obesidade infantil, foram aprovadas leis municipais e estaduais que proíbem a venda nas escolas de alimentos que não fazem bem à saúde. Um exemplo é Minas Gerais, onde a rede pública estadual não permite a venda, nas escolas, de frituras em geral, salgados com massa folhada, chocolates, doces, biscoitos recheados, refrigerantes, molhos como catchup e maionese e salgadinhos industrializados.

Um projeto que tramita no Congresso Nacional, desde 2005, propõe que esse tipo de proibição se torne nacional em escolas de educação básica. O Projeto de Lei 406/2005 tem como objetivo “disciplinar a comercialização de alimentos nas escolas de educação básica e a elaboração de cardápios do programa de alimentação escolar”. Pelo texto, ficaria vedada a venda de bebidas de baixo teor nutricional e alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gorduras saturadas, gorduras trans e sódio.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Cai mortalidade infantil em países em desenvolvimento entre crianças pobres


Até este momento, não se sabia se as desigualdades na mortalidade de menores de 5 anos entre países ricos e de baixa e média renda estariam crescendo ou diminuindo.
Um novo estudo, publicado na revista Pediatrics, utilizou todas as Pesquisas de Demografia e Saúde, realizadas entre 2002 e 2012 para medir tendências de mortalidade entre menores de 5 anos de idade.
Informações sobre mortalidade em 85 pesquisas de 929.224 famílias, sendo uma base de dados com 267.167 mulheres que vivem em 54 países, foram utilizadas. No subgrupo de 29 países com inquéritos repetidos, a mortalidade diminuiu anualmente por 4,36, 3,36, e 2,06 óbitos por mil nascidos vivos entre os mais países mais pobres, aqueles com uma renda média e entre aqueles menos pobres, respectivamente.
A taxa de mortalidade diminuiu 1,68-1,48 durante o período de estudo. No conjunto completo de 85 pesquisas, a taxa de mortalidade diminuiu em 64 inquéritos (2,11-1,55) e aumentou em 21 inquéritos (1,58-1,88). As análises sugerem que a convergência foi associada com a existência de bons governos.
Portanto, em geral, a mortalidade em menores de 5 anos, em países de baixa e média renda diminuiu mais rápido entre aqueles mais pobres em comparação com os menos pobres, entre 1995 e 2012, mas o progresso em alguns países não aconteceu, o que foi relacionado com um mau governo.
Fonte: PEDIATRICS; Vol. 134; No. 6; 01 de dezembro de 2014; pp. e1551 -e1559.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Estudo identifica seis novos genes relacionados ao câncer de ovário


Um estudo com 200 pesquisadores de todo o mundo permitiu identificar seis novos genes relacionados ao câncer de ovário.
O trabalho publicado na revista “Nature Genetics” avalia as associações de 11 milhões de variações genéticas de 15.437 pacientes sem histórico familiar, 30.845 casos de pessoas que não desenvolveram a doença, 15.252 portadoras da mutação BRCA1 e 8.211 da BRCA2, genes relacionados ao câncer de ovário.
Segundo o Instituto Catalão de Oncologia (ICO) de Girona, que participou do estudo, até então o número de genes relacionados ao câncer epitelial de ovário se limitava a 12. A identificação dos seis novos permitirá melhorar o prognóstico do risco de desenvolver a doença nas pacientes portadoras das mutações genéticas BRCA1 e BRCA2.
Fonte: Terra