quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Cientistas encontram vínculos entre plástico e menopausa precoce


Mulheres cujos corpos contêm níveis altos de certos componentes químicos encontrados em plásticos e cosméticos têm menopausa de dois a quatro anos mais cedo do que mulheres com níveis mais baixos destas substâncias em seu sistema, disseram pesquisadores americanos nesta quarta-feira (28).

Enquanto o estudo publicado no jornal PLOS ONE não provou que exposições a químicos causam diretamente menopausa precoce, autores da pesquisa dizem que essas ligações merecem maior investigação.

"Químicos ligados à menopausa precoce podem levar ao declínio precoce da função ovariana, e nossos resultados sugerem que, enquanto sociedade, nós devemos nos preocupar", afirmou a pesquisadora Amber Cooper, professor adjunto de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Medicina de Washington, nos Estados Unidos.

Os resultados foram baseados numa amostra representativa de 1.442 mulheres em menopausa, com idade média de 61 anos.

Nenhuma das mulheres estava tomando reposição hormonal de estrogênio, nem fez cirurgia para retirada dos ovários.

Pesquisadores examinaram o sangue e a urina das mulheres procurando sinais de 111 componentes químicos suspeitos de interferir na produção e distribuição dos hormônios no corpo, diz o estudo.

Eles encontraram 15 componentes químicos que são efetivamente associados com a menopausa precoce e com o declínio das funções dos ovários.

Os pesquisadores incluíram nove bifenilas policloradas (PCBs), três pesticidas, dois ftalatos -- tipicamente encontrados em plásticos, itens domésticos comuns, produtos farmacêuticos, loções, perfumes, maquiagens, esmaltes, sabonete líquido e spray de cabelo -- e químicos tóxicos conhecidos, como compostos furânicos "que garantem uma maior avaliação", diz o estudo.

A função ovariana é importante para a mulher. Sem ela, as mulheres ficam inférteis. Além disso, alguns estudos já mostraram que há risco para o desenvolvimento precoce de doenças do coração, osteoporose e outros problemas de saúde, quando não está presente no corpo das mulheres.

"Muitas dessas exposições químicas estão além do nosso controle porque eles estão no solo, na água e no ar", diz Amber Cooper.

"Mas nós podemos nos educar sobre nossas exposições químicas do dia-a-dia e ficarmos mais atentos sobre os plásticos e outros itens domésticos que utilizamos", destaca.

A pesquisadora recomenda que as pessoas usem vidro ou recipientes de papel quando usam o micro-ondas, e minimizem a exposição a químicos nocivos na escolha de cosméticos e produtos de cuidado pessoal.

O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.
Fonte:http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2015/01/28/cientistas-encontram-vinculos-entre-plastico-e-menopausa-precoce.htm

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Vídeo que mostra mãe cega vendo bebê pela primeira vez se torna viral

Kathy Beitz, 29, sobre de uma degeneração macular genética conhecida como doença de Stargardt.

Um vídeo que mostra uma deficiente visual canadense vendo o filho recém-nascido graças a óculos para ampliar a visão se tornou um viral na internet. O vídeo, publicado no YouTube, mostra Kathy Beitz, 29, vendo o bebê com a ajuda do equipamento.

"Este é o primeiro bebê que vejo e, sendo meu filho, é irresistível", diz a jovem, que sofre de uma degeneração macular genética conhecida como doença de Stargardt.

Kathy pôde ver o filho graças às lentes eSight, que realçam as imagens de vídeo em tempo real. As imagens otimizadas permitem a visão a pessoas que não são totalmente cegas.

"Ela pariu e, imediatamente, quis vê-lo", explicou a irmã da jovem, Yvonne Felix, que publicou o vídeo.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Hipertensão arterial pode aumentar o risco de glaucoma


A hipertensão arterial elevada a longo prazo pode aumentar o risco do glaucoma ocular, de acordo com um novo estudo.
O glaucoma ocorre quando a pressão excessiva no interior do olho empurra de volta o sangue que chega ao olho. Pensava-se que, devido a pressão arterial elevada (hipertensão) garantiria que o sangue poderia entrar no olho, podendo neutralizar a pressão ocular elevada que provoca o glaucoma. O glaucoma é considerado como sendo a segunda principal causa de cegueira no mundo.
Na pesquisa, realizada em camundongos de laboratório, durante 4 semanas, verificou-se que naqueles com pressão ocular elevada, o aumento da pressão arterial, na verdade, a longo prazo aumenta o risco de glaucoma.
O que isto significa é que manter a pressão arterial elevada por mais tempo tem comprometido a capacidade do olho de enfrentar a pressão ocular alta. Parece que a hipertensão pode danificar os vasos sanguíneos no olho, de modo que eles não podem compensar as mudanças no fluxo sanguíneo quando aumenta a pressão do olho.
Estes resultados podem ajudar os médicos a tratar as pessoas com glaucoma. Em vez de considerar a pressão arterial elevada como benéfica para os pacientes com a doença ocular, ela deve ser considerada como um fator de risco para o glaucoma
O estudo foi publicado recentemente na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science.
Fonte: Investigative Ophthalmology & Visual Science, news release, Jan. 5, 2015.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Cinco doenças silenciosas que atrapalham a fertilidade feminina e masculina


Há problemas com poucos sintomas ou sinais difusos que atrasam o sonho de engravidar; doenças acometem tanto mulheres como homens

Um casal que está há mais de um ano tentando engravidar e não consegue entra para o grupo daqueles que devem ter a saúde investigada para descobrir problemas relacionados à fertilidade. Algumas doenças e problemas silenciosos acabam minando o desejo de ser mãe ou pai, mas a boa notícia é que para a maioria há tratamento.
O ginecologista Renato de Oliveira, da Criogênesis, explica que 30% dos problemas de infertilidade são por causa de problemas do casal, 30% por problemas femininos, 30% por problemas masculinos e 10% por causas desconhecidas. Nesse grupo, para as mulheres, entra a endometriose, endometrite crônica, síndrome dos ovários policísticos, doença inflamatória pélvica, além da obesidade, tabagismo e uso de drogas.
Para os homens, a obesidade, tabagismo e uso de drogas também comprometem a qualidade do sêmen. Mas o grande responsável para a infertilidade masculina, segundo Oliveira, é a varicocele. 40% dos casos estão relacionados às varizes nos testículos. Além disso, há a prostatite crônica que pode causar perda na qualidade do sêmen.
Por todos esses fatores, o especialista em reprodução humana e diretor-médico do Vida – Clínica de Fertilidade da Rede D’Or, Paulo Gallo, a investigação para descobrir a causa da infertilidade não deve ficar somente na mulher ou no homem. “Deve-se pesquisar os dois. Nada impede que a mulher tenha a síndrome dos ovários policísticos, mas o marido também tenha o esperma alterado”, diz ele. Segundo Gallo, em cerca de dois meses é possível fazer todos os exames e já decidir pelo tratamento.
Gallo explica que o tratamento vai depender, como sempre, da causa do problema. É clínico quando a causa é alguma infecção, já que é possível prescrever antibióticos. Já para problemas hormonais, é possível estimular a ovulação por meio de medicamentos. Para casos mais severos, uma cirurgia pode ser indicada. Quando não funciona, parte-se para a reprodução assistida.
Gallo explica quais são as doenças que mais atingem homens e mulheres quando o assunto é infertilidade:
1 – Endometriose 
Entenda a doença  - O endométrio é o revestimento do útero. Quando esse revestimento sai para fora da cavidade uterina e se aloja nas trompas, intestinos, ovários e bexiga, por exemplo, é o que se chama de endometriose. Com a menstruação mensal, o endométrio fica mais espesso para que o óvulo fecundado possa ser implantado ali. Quando não há fecundação, parte do endométrio se descama e é expelido. Em determinados casos, um pouco desse sangue acaba migrando fora do seu caminho habitual – que é para fora do corpo – e acaba caindo nos ovários ou até mesmo na cavidade abdominal. É o que se chama de endometriose.
Causas do problema - Não há causas estabelecidas, apenas sabe-se que a mulher que tem casos na família, como a mãe e irmã, tem chances maiores de desenvolver a doença.
Sintomas da endometriose – As mulheres se queixam mais de cólicas menstruais, dor antes da menstruação e também nas relações sexuais, dor crônica na região pélvica, fadiga e exaustão.
Como prevenir – por não se saber exatamente a razão do surgimento da endometriose, pouco se sabe também como prevenir. No entanto, parece que o consumo de álcool e café pode estar associado com o aumento do risco ou até mesmo com a piora da doença. Fazer atividades físicas, porém, ajuda a reduzir os sintomas. Consultar um ginecologista para avaliação periódica é fundamental.
Como tratar – é possível tratar a endometriose com medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, tratamentos hormonais e até com cirurgia. Nesse caso, faz-se uso de um procedimento chamado laparoscopia. É possível eliminar apenas os focos da doença ou complicações, como cistos. Em casos mais graves, é necessária a remoção dos órgãos pélvicos afetados pela enfermidade.
2 – Endometrite crônica 
Entenda a doença – embora completamente diferente da endometriose, também trata-se de uma inflamação que acomete o endométrio, o revestimento do útero.
Causas do problema – há várias razões, como infecção pela clamídia, ureaplama ou micoplasma. Além disso, pode ser uma decorrência da doença inflamatória pélvica, salpingite, lesões e danos durante um parto ou aborto.
Sintomas da endometrite crônica – geralmente a endometrite crônica não dá sintomas; A infertilidade, portanto, pode ser um daqueles sintomas silenciosos. Algumas pessoas podem relatar um desconforto pélvico leve, como uma sensação de peso no baixo ventre. O diagnóstico vem por meio da vídeo-histeroscopia..
Como prevenir – como a doença normalmente não provoca sintomas, a prevenção é usar preservativo nas relações sexuais.
Como tratar – antibióticos orais ou intravenosos é o tratamento de escolha dos médicos.
3 – Doença Inflamatória Pélvica (DIP) ou Infecção Pélvica
Entenda a doença - a DIP é causada por uma bactéria, a chlamydia trachomatis, e pode atingir tanto mulheres como homens.
Sintomas da DIP – para os homens, o sintoma é um corrimento claro, em pouca quantidade, pelo canal da uretra. Esse corrimento é acompanhado por dor e desconforto na hora de urinar. Os sintomas principais são dor pélvica, sangramento, constipação, crescimento da barriga, mal estar e febre. A doença pode evoluir para prostatite crônica, interferindo na qualidade dos espermatozoides.
Já nas mulheres, além do pequeno corrimento, pode acontecer um sangramento discreto fora do período menstrual. Além disso, dor para urinar e dor nas relações sexuais. A doença pode complicar e exigir internação imediata. As consequências da DIP é a esterilidade, dor pélvica crônica e gravidez tubária.
Como prevenir – a DIP é uma doença sexualmente transmissível (DST), portanto a prevenção é usar preservativo nas relações sexuais.
Como tratar – por ser causada por bactéria, é tratada com antibióticos. Em casos mais severos, uma cirurgia para retirada da trompa ou ovários comprometidos se faz necessária.
4 – Prostatite crônica 
Causas da doença – a prostratite é uma inflamação crônica na próstata, geralmente causada por bactérias. Fungos ou parasitas também podem provocar a doença. Os microorganismos mais envolvidos no problema são Chlamydia, Ureaplama ou Micoplasma.
Sintomas da prostratite crônica - febre, tremores e dor ao urinar são comuns nessa doença. Mas nem sempre os sintomas são claros.
Como prevenir – novamente, por ser uma DST, a prevenção é usar preservativo na relação sexual.
Como tratar – Antibióticos, para eliminar as bactérias e analgésicos para aliviar a dor.
5 – Varicocele 
Entenda a doença – a varicocele nada mais é do que varizes no testículo, ou seja, veias tortuosas e dilatadas na região. O resultado do problema é a piora da qualidade do sêmen e até mesmo a infertilidade.
Causas do problema – é genético.
Sintomas da varicocele – na grande parte das vezes, não apresenta sintomas além da dilatação das veias dos testículos. Em alguns casos, no entanto, pode provocar dor e desconforto.
Prevenção – por ser uma doença genética, não há prevenção.
Tratamento - caso o homem tenha dor ou infertilidade por causa da varicocele, uma pequena cirurgia pode ser necessária. Por meio de dois pequenos cortes na região pubiana, a ligadura das veias varicosas é feita.
Fonte: IG Saúde

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Sedentarismo pode ser mais prejudicial que obesidade


O nível de atividade física tem sido associado de forma consistente com a redução do risco de mortalidade por todas as causas. Estudos prévios sugerem que a atividade física protege contra morte prematura em pessoas com índice de massa corporal normal, mas não elimina o risco aumentado de morte nas pessoas com índice de massa aumentado.
Para aprofundar o conhecimento sobre a associação entre atividade física, obesidade e morte por qualquer causa um grupo de cientistas ingleses realizou uma pesquisa onde dados sobre atividade física, peso, altura e circunferência abdominal, foram coletados de 334 mil indivíduos adultos de ambos os sexos. Os participantes da pesquisa foram acompanhados por um período de 12 anos e a análise dos dados foi usada para estimar a importância da atividade física como um fator independente para proteção contra morte prematura. Além disso, os resultados permitiram estimar o ganho em expectativa de vida produzido pela atividade física, mesmo em pessoas obesas. A pesquisa foi publicada na revista científica American Journal of Clinical Nutrition em 14 de janeiro.
O estudo demonstra, de uma maneira geral, que uma atividade física, mesmo que discreta, diminui as chances de morte prematura quando comparada com sedentarismo. Os pesquisadores estimam que o exercício que gasta de 90 a 110 calorias por dia poderia reduzir o risco de morte prematura entre 16 e 30%. Este efeito benéfico da atividade física moderada é mais pronunciado entre pessoas de peso normal, entretanto, mesmo nas pessoas com sobrepeso e obesidade foi observado um benefício.
O fato de ser um estudo prospectivo, acompanhado por um longo período de tempo e com um grande número de participantes torna as conclusões mais robustas. Destas conclusões, avalia-se que o número de mortes ligadas ao sedentarismo pode ser duas vezes maior do que às mortes ligadas a obesidade.
A atividade física regular, mesmo em pequena quantidade, é um fator decisivo para a promoção da saúde e redução do risco de morte prematura, mesmo em pessoas com sobrepeso e obesidade.
Estas evidências contribuem para ajudar as pessoas que apresentam um eventual desânimo produzido pela dificuldade de reduzir o peso, diminuindo com isso a vontade de realizar atividade física.
Mesmo sem observar um resultado objetivo na balança, a atividade física estará contribuindo para reduzir o risco de morte prematura nestas pessoas.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -American Journal of Clinical Nutrition - January 14, 2015 as doi: 10.3945/ajcn.114.100065.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Novo estudo demonstra mais benefícios dos grãos integrais à saúde


Os benefícios à saúde de uma dieta rica em grãos integrais já são bem conhecidos. A alta ingestão de grãos integrais está associada a um menor risco de doenças crônicas como diabete tipo 2 e doença cardiovascular. Entretanto, pouco se sabe sobre o efeito deste tipo de alimentação sobre a mortalidade.
Ou pouco se sabia! Na última semana foi publicada online uma pesquisa na revista científica JAMA Internal Medicine. O objetivo do estudo foi investigar a associação entre o consumo de grão integrais na dieta e o risco de mortalidade.
Os dados foram obtidos de dois grandes estudos de longo prazo onde mais de 118 mil pessoas foram acompanhadas de 1986 a 2010. Os participantes preenchiam questionários sobre a sua ingestão de grãos integrais a cada 2 a 4 anos.
Os resultados mostraram uma clara evidência que nos grupos que ingeriam maior quantidade de grãos integrais a mortalidade no período foi menor, chegando a ser 33% menor nos grupos de maior ingestão quando comparados com os de menor ingestão. Estes resultados permitem inferir que uma dieta rica em grãos pode colaborar para a saúde e extensão do tempo de vida.
As razões que levam os alimentos integrais a serem mais saudáveis estão associadas à composição dos grãos e a alteração desta composição produzido pelo refino quando ocorre a industrialização. Um grão integral é composto de três partes: a casca ou pericarpo, que dá origem ao farelo, o germe e o endosperma. A casca é rica em fibras que torna a digestão mais lenta, impedindo aumentos bruscos do açúcar no sangue. Além disso, tanto a casca quanto o germe contém um grande número de vitaminas, minerais, nutrientes e antioxidantes. Estima-se que o refinamento dos grãos, que ficam sem a casca e o germe, produz uma perda de 25% da proteína e 17 nutrientes contidos no grão integral.
Um fator adicional no benefício à saúde é que a ingestão de grãos integrais produz uma sensação de saciedade, o que diminui a ingestão calórica total e colabora decisivamente para o controle do peso.
Sendo assim, arroz integral, quinoa, aveia, farinha integral e seus alimentos derivados são ótimas opções para uma vida longa e com boa saúde.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -JAMA Internal Medicine January 05, 2015. doi:10.1001/jamainternmed.2014.6283

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Alimentos tipo fast-food continuam sendo um problema importante de saúde


Apesar das campanhas de alerta, da popularização de informações científicas sobre o potencial prejuízo que trazem à saúde e de políticas de saúde pública, pouco tem mudado na composição dos lanches rápidos, internacionalmente conhecidos como fast-food, e de sua contribuição para a baixa qualidade alimentar da popAs principais causas de morte precoce e de doenças inflamatórias crônicas estão associadas à obesidade e má qualidade alimentar. A ingestão de um excesso de energia, de sódio (sal), de gordura saturada, de gordura trans e de açúcar estão diretamente ligadas a estas situações de ameaça à saúde. Nos últimos 40 anos a popularização do "comer fora", principalmente com a gigantesca expansão das grandes cadeias internacionais de fast-food, tem colaborado decisivamente para esta super-ingestão de baixa qualidade nutricional. A participação do fast-food na energia total ingerida pelos americanos no período de 1977 a 2010 quase dobrou.
Uma pesquisa recentemente publicada na revista científica Preventing Chronic Disease sugere um quadro nada animador quanto à melhora da qualidade dos alimentos tipo fast-food. O estudo coletou dados nutricionais de alimentos de 3 grandes cadeias americanas de fast-food no período de 1996 a 2013. Os dados analisados foram energia, sódio, gordura saturada e gorduras trans de batatas fritas, burgers, sanduíche de frango grelhado e refrigerante regular de cola. Os dados do ano de 2013 revelam que o conteúdo energético de um cheeseburger contribui com 65% a 80% do total de calorias recomendadas para um dia, com 63% a 91% da recomendação diária de sódio.
Se consumidos isoladamente na refeição o item alimentar pode ser menos nocivo do que quando os alimentos estão combinados (em "combo"). Ao comer uma refeição de um sanduíche com batatas fritas e um refrigerante o consumo de sal, só nesta refeição, pode chegar a 139% da quantidade recomendada por dia. Estes efeitos podem ser ainda mais graves em crianças, pois além da nocividade deste tipo de alimentação em si, o consumo frequente de alimentos tipo fast-food prejudicam a educação alimentar saudável que devemos dar às nossas crianças.
Esta pesquisa vem reforçar a noção de que evitar comer fora, principalmente alimentos tipo fast-food, é o primeiro grande passo para uma mudança alimentar que promove a saúde e aumenta a qualidade de vida.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Preventing Chronic Disease 2014 DOI: http://dx.doi.org/10.5888/pcd11.140202.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sal, açúcar, hipertensão e alimento industrializado


hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular (infarto) e acidentes vasculares cerebrais (derrame). Estas doenças estão no topo do ranking das causas de morte prematura. Portanto, combater a hipertensão é uma forma eficaz de diminuir estas mortes. Por este motivo o controle da hipertensão arterial é um dos objetivos principais a ser atingido pelas políticas de saúde pública no mundo inteiro. Dentre as abordagens para este controle, a principal está relacionada com estilo de vida, onde dieta adequada e atividade física servem como os pilares destas políticas.
No que tange à dieta, a atenção dos pesquisadores, historicamente, tem se concentrado no sal. Existe uma série de evidências que comprovam que o excesso de sal na dieta moderna exerce um papel preponderante na causa da hipertensão. Considerando que em torno de 75% do sal ingerido na dieta provém de alimentos industrializados ou processados, o controle da ingestão de sal está se tornando cada vez mais difícil.
Agora, um novo aspecto vem sendo agregado à relação entre hipertensão e alimentos processados. Um estudo publicado no início de dezembro na revista científica Open Heart alerta para a entrada em cena de um novo personagem, presente, também em grande quantidade, no alimento processado (mesmo que muitas vezes não seja percebido) - este vilão é genericamente chamado de açúcar. São os carboidratos refinados - sacaroseglicosefrutose ou mesmo amido, que se degrada nestes açúcares simples. O estudo sugere uma série de mecanismos biológicos pelos quais estes açúcares, já bem conhecidos como fatores de risco para doenças metabólicas, podem também ser diretamente responsáveis pelo desenvolvimento da hipertensão arterial.
A principal preocupação dos pesquisadores é que a indústria alimentícia, ao ser pressionada para reduzir a quantidade de sal nos alimentos processados, tem aumentado, como compensação, a quantidade de açúcar nestes alimentos. Desta forma, as campanhas de redução de sal não surtiriam efeito, ao contrário, potencialmente poderiam aumentar o risco de hipertensão.
Se sua pergunta agora é: - Como sei o que é alimento processado ou industrializado? A resposta é simples: é processado ou industrializado todo o alimento que vem em embalagem, em lata ou em vidro.
E, no que diz respeito a açúcares dos diferentes tipos, os refrigerantes e os sucos adoçados são os mais ameaçadores à sua saúde!
Dê sempre preferência aos alimentos in natura, integrais, e o menos refinado possível.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Open Heart -2014;1:e000167. doi:10.1136/openhrt-2014-000167

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Viver mais e melhor? - Dieta do Mediterrâneo é a resposta


A dieta do mediterrâneo é um padrão alimentar típico das populações que vivem próximas ao mar mediterrâneo (sul da Europa) e que possuem vários elementos em comum, como o consumo preponderante de frutas, legumes, nozes, grãos integrais, peixe e óleo de oliva. Os benefícios à saúde da dieta do mediterrâneo já estão bem evidenciados em diversos trabalhos científicos, que demonstram efeitos como redução da mortalidade, aumento da longevidade e redução de doenças crônicas.
Resultados de uma nova pesquisa vêm somar-se a este já amplo contingente de evidências científicas favoráveis à esta dieta. A novidade deste novo estudo é a abordagem genética dos efeitos da dieta do mediterrâneo. A pesquisa, publicada no dia 2 de dezembro na revista British Medical Journal, teve como objetivo examinar se existe alguma associação entre a aderência à dieta do mediterrâneo e o tamanho dos telômeros.
Os telômeros são biomarcadores do envelhecimento e consistem de sequências repetitivas de DNA nas porções finais dos cromossomas.
Os telômeros sofrem um enfraquecimento natural pelos processos de divisão celular, tornando-se progressivamente menores com a idade, motivo pelo qual eles funcionam como um marcador de longevidade. O enfraquecimento dos telômeros pode ser acelerado por estresse oxidativo e inflamação. Telômeros curtos estão associados com uma menor expectativa de vida e uma maior probabilidade do indivíduo desenvolver doenças crônicas relacionadas com a idade. Alguns estudos sugerem que o padrão de enfraquecimento dos telômeros é modificável e que fatores relacionados com estilo de vida podem atuar sobre o seu encurtamento, independentemente da idade.
A pesquisa analisou dados de 4676 mulheres saudáveis que respondiam a um detalhado questionário sobre a alimentação, sendo atribuído um escore de 0 a 9 para a aderência à dieta do mediterrâneo (9 representando maior aderência) e faziam um teste sanguíneo, de onde foi extraída a medida do comprimento dos telômeros dos leucócitos.
Além da idade (mulheres mais jovens apresentaram telômeros maiores) houve uma associação significativa entre o comprimento dos telômeros com a aderência à dieta do mediterrâneo. Cada ponto no escore da dieta correspondeu a uma redução de 1,5 ano na idade do telômero. Curiosamente, não houve associação entre a ingestão dos itens da dieta ingeridos individualmente, sugerindo que o efeito favorável só é alcançado com o conjunto de elementos da dieta.
Este estudo confirma os benefícios da dieta do mediterrâneo sobre a promoção da saúde e a longevidade.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -British Medical Journal 2014;349:g6674 doi:10.1136/bmj.g6674.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Crianças que aprendem a cozinhar têm hábitos alimentares mais saudáveis

obesidade é uma doença devastadora e que está disseminada, atingindo diferentes culturas e classes sociais.
É caracterizada como uma doença inflamatória crônica que é precursora, ou está associada, a um conjunto de doenças modernas como hipertensãodiabete tipo 2doença cardiovascularacidente vascular cerebral e diversos tipos de cânceres, que representam a maior causa de morte precoce no mundo. Chama a atenção o alarmante incremento na incidência de obesidade em crianças, com consequências ainda mais graves.
As origens da obesidade são multifatoriais, sendo a maioria dos fatores associada a estilo de vida pouco saudável. Dentre estes, o padrão alimentar desponta como um dos principais, associado à baixa atividade física. Uma das razões que vem sendo apontada como causa da mudança do padrão alimentar nas últimas décadas é o menor tempo despendido pelas famílias no preparo de suas refeições. A causa precisa que levou a esta mudança cultural de forma tão abrupta ainda não está completamente esclarecida.
Alguns fatores, entretanto, têm sido sugeridos por alguns estudos - desde o maior envolvimento dos pais com o trabalho, a maior acessibilidade a alimentos industrializados, o aumento da renda média, associado a uma grande difusão e popularização de restaurantes e "fast-foods". Alguns de nós, mais antigos, ainda lembramos que, mesmo nas classes mais abastadas, ir a um restaurante era uma exceção, reservada a alguma celebração especial (o mesmo acontecia com o refrigerante). Hoje, em muitas famílias de classe média, cozinhar em casa passou a ser a exceção, que ocorre em poucas situações. Estes fatores associados, além de produzir uma ruptura na cultura culinária das famílias, estão desenvolvendo hábitos alimentares muito pouco saudáveis.
Na tentativa de apontar soluções para este problema, um estudo publicado na última semana na revista científica Preventing Chronic Disease: Public Health Research, Practice and Policy aborda um aspecto interessante desta questão. Os autores da pesquisa realizaram uma revisão sistemática de oito outros estudos que testaram o efeito de programas que ensinam crianças de 5 a 12 anos a cozinhar sobre o padrão das escolhas alimentares destas crianças no futuro.
Os resultados demonstram que aprender a cozinhar influencia positivamente as crianças nas suas escolhas e comportamentos alimentares, sugerindo que esta ação pode desenvolver hábitos alimentares saudáveis de longo prazo nestes adultos de amanhã.
Envolver as crianças na cozinha, seja com cursos formais, ou mesmo em casa, pode ser decisivo para o futuro da saúde deste pequeno indivíduo, além de propiciar uma oportunidade lúdica e agradável de interação entre pais e filhos.
Esta ação deve começar com os pais. Com a grande quantidade de livros e programas de TV hoje disponíveis é quase impossível afirmar que uma pessoa não possa aprender a cozinhar.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Preventing Chronic Disease: Public Health Research, Practice and Policy 2014;11:140267. DOI: http://dx.doi.org/10.5888/pcd11.140267.