sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Comprovado: consumo de frutas e vegetais diminui mortalidade e aumenta tempo de vida.

Já é senso comum que comer frutas e vegetais traz benefícios à saúde, e, desde a década de 90, a ingestão de pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia vem sendo recomendada por instituições públicas de saúde. No entanto, esta recomendação ainda não apresentava evidências científicas suficientes e era baseada em um número pequeno de estudos, com resultados inconsistentes. Pois agora, esta importante recomendação recebe um sólido reforço científico que vem de um estudo publicado no dia 26 de junho na revista científica American Journal of Nutrition.
Pesquisadores do Instituto Karolinska da Suécia, analisaram dados coletados de mais de 71.000 pessoas, de idade entre 45 e 83 anos e que foram observadas em seus hábitos alimentares por um período de 13 anos. Durante este período morreram, por diferentes causas, 11.439 pessoas das 71.706 que iniciaram o estudo. Os resultados demonstraram que o menor consumo de frutas e verduras foi progressivamente associado com um menor tempo de vida e uma maior taxa de mortalidade.
As pessoas que referiram não comer frutas e verduras tiveram a taxa de mortalidade 53% maior e um tempo de vida três anos menor, quando comparadas com as que ingeriam cinco ou mais porções por dia. Além disso o estudo revelou uma relação de dose-resposta, ou seja, aumentando o consumo aumenta-se o tempo de vida e reduz-se a taxa de mortalidade (o benefício é proporcional ao consumo). Aqueles que nunca comiam fruta viveram 19 meses menos que aqueles que comiam ao menos uma fruta por dia. Quanto aos vegetais, os participantes que comiam três porções por dia viveram, em média, 32 meses a mais do que os que nunca comiam vegetais.
Esta análise levou em consideração fatores associados, que potencialmente poderiam interferir nos resultados, como sexo dos participantes, peso corporal, atividade física e consumo de fumo e de álcool. Corrigindo estas variáveis, os resultados permaneceram os mesmos, indicando a consistência do efeito da variável em estudo (consumo de frutas e vegetais) sobre os desfechos avaliados (mortalidade e tempo de vida no período).
Apesar das limitações inerentes a este tipo de estudo, que observa o padrão alimentar de um grande número de pessoas por um longo período de tempo, os resultados servem como um grande reforço para a recomendação da ingestão de frutas e vegetais, pelo menos cinco porções por dia, que é o ideal. Mas pelo menos uma porção é melhor que nenhuma, e duas é melhor que uma, e ... já é um bom começo!
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - American Journal of Nutrition- June 26, 2013 - doi:10.3945/ajcn.112.056119.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Obesidade e sobrepeso estão associados à perda de cognição em adultos acima de 60 anos

A saúde do cérebro pode ser diretamente afetada pela obesidade ou sobrepeso
É o que demonstraram pesquisadores australianos no Congresso Anual da Sociedade Americana de Neurociências realizado na segunda semana de novembro na capital dos Estados Unidos. No trabalho apresentado eles comprovam que o sobrepeso e a obesidade estão associados a uma atrofia do hipocampo - uma área do cérebro que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e manutenção da memória - sendo sua redução um dos principais responsáveis pelo declínio cognitivo e perda da memória em idosos.
A pesquisa consistiu do acompanhamento, por oito anos, de 420 adultos saudáveis, com idades de 60 a 64 anos e com cognição e memória preservadas. Os participantes tiveram medidos no início do estudo, no 4° e no 8° ano de seguimento, o seu índice de massa corporal (IMC) - que é um marcador do estado adiposo do indivíduo. É considerado normal o índice IMC até 25 kg/m², de 25 a 30 kg/m² é considerado como sobrepeso e acima de 30 kg/m² é considerado como obesidade. Junto com a avaliação do IMC foi realizado também um exame de imagem cerebral onde foi medido o volume do hipocampo.
Os resultados revelaram que os participantes com maior IMC apresentaram hipocampos menores. Adicionalmente, maior atrofia foi observada nos indivíduos que já tinham IMC mais elevado no início do estudo. Cada dois pontos de aumento do IMC correspondeu a uma redução de 7,2% no volume do hipocampo esquerdo. Este efeito tem maior dimensão em pessoas idosas, pois estas já são predispostas a uma atrofia cerebral natural resultante do envelhecimento.
Estes achados sugerem que a obesidade e o sobrepeso participam de forma decisiva nas mudanças de estruturas cerebrais associadas ao declínio cognitivo e à demência. Mesmo que nesta pesquisa não tenham sido avaliadas as funções cognitivas, outros estudos neste campo de pesquisa têm mostrado que uma maior atrofia no hipocampo é ligada a um maior risco de declínio cognitivo e demência.
Um mecanismo especulado para explicar este efeito da obesidade e sobrepeso sobre o hipocampo é a inflamação crônica provocada pelo aumento do tecido adiposo.
A manutenção de um peso ideal seria uma forma de ajudar a prevenir, pelo menos em parte, as alterações de memória e cognição no idoso.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Society for Neuroscience 2014 Annual Meeting. Abstract 19.04. November 15, 2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Telefone celular e atividade física

Um dos principais elementos do estilo de vida que tem impacto sobre a saúde é a atividade física. Na história da nossa civilização a maior parte das atividades cotidianas demandava grande esforço. Com o progresso tecnológico mais recente o esforço humano foi sendo substituído por máquinas e equipamentos e, portanto, novos hábitos foram sendo criados.
Muitos desses novos hábitos decorrentes do desenvolvimento, como assistir TV, usar a internet por tempos prolongados e jogar vídeo games, implicam redução da atividade física e são classificados como comportamentos sedentários. Mais recentemente, os telefones celulares integraram estas funções em um só aparelho. Porém, sua concepção para uso móvel não incluiria o seu uso nos comportamentos sedentários. Sua inerente portabilidade permite que várias de suas funções sejam desenvolvidas, tanto na inatividade física quanto durante uma atividade, mesmo que moderada ou intensa, como uma caminhada rápida.
Apesar destes pressupostos até agora a relação entre uso de celular e comportamentos sedentários ainda não havia sido testada.
Nesta última semana (Julho de 2013), um estudo publicado na revista International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity apresenta uma pesquisa que avaliou em uma amostra de estudantes americanos a relação entre frequência de utilização dos telefones celulares e parâmetros relacionados com a atividade física, entre eles a aptidão física avaliada por corrida em esteira.
Os resultados, apesar de não serem surpreendentes, não deixam de ser preocupantes. Os participantes que faziam maior uso do celular apresentaram comportamento sedentário, com menores índices de aptidão cardio-respiratória e maior percentagem de gordura. Esses fatores aumentam o risco para várias doenças.
Mesmo sendo um aparelho portátil, o tempo de uso diário observado é muito grande. Os participantes gastam, em média, cinco horas por dia em seus celulares, utilizando suas múltiplas funções. A média de mensagens enviadas por participante/dia chega perto de duas centenas. Provavelmente este tempo, com a atenção voltada para compor, enviar e receber mensagens, conversar, jogar, assistir vídeos, se inteirar das últimas notícias, etc., iniba o desenvolvimento de atividades físicas corriqueiras e o engajamento em atividades esportivas. Por outro lado, como este tipo de estudo não permite que se estabeleça uma relação de causa-efeito, não se pode descartar a possibilidade de que os menos adeptos das atividades físicas naturalmente vão usar mais o celular.
Os comportamentos sedentários considerados fixos já ocupam grande parte do dia (e parte da noite) das pessoas, principalmente dos jovens, e sua influência vai além da atividade física, afetando também outras funções vitais como o tempo de sono e o padrão alimentar. O acréscimo de um novo comportamento sedentário em potencial, como o uso demasiado do telefone celular, deve ser considerado nas avaliações do impacto da hiper-conexão sobre fatores que podem prejudicar a saúde.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity 2013, 10:79 pag. 2-9
  • - http://www.ijbnpa.org/content/10/1/79

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ômega-3 contido em peixes e suplementos pode aumentar o risco de câncer de próstata.

Alguns peixes como salmão, truta e atum contém grande quantidade de tipos de gorduras poli-insaturadas conhecidas como ômega-3. Estas substâncias apresentam propriedades anti-inflamatórias e a sua ingestão, tanto na forma natural nos peixes, quanto como na forma de suplemento em cápsulas, já é, a algum tempo, recomendada para prevenção de várias doenças, incluindo diabete, doença cardíaca e derrame (acidente vascular cerebral – AVC).
Esta reputação do Omega-3 de produzir benefícios à saúde está, no entanto, sendo questionada a partir de resultados de um novo estudo cientifico publicado online no último dia 10 de julho na revista médica Journal of the National Cancer Institute. Os pesquisadores demonstraram que ingerir grande quantidade de ômega-3, o que leva a um aumento da sua concentração no sangue, está associado a um aumento do risco dos homens desenvolverem câncer de próstata, e também a uma maior agressividade destes cânceres.
Os números são realmente contundentes. Os homens com as maiores concentrações de ômega-3 no sangue apresentaram um risco 43% maior de desenvolver câncer de próstata de qualquer tipo, quando comparados aos homens com as menores concentrações. Quando foram avaliados somente os tumores de próstata mais agressivos, o risco foi 71% maior nos homens com maior concentração sanguínea de ômega-3.
Este tipo de estudo não permite que seja estabelecida uma relação causa-efeito. Ou seja, não podemos afirmar, baseados nestes resultados, que o aumento do risco de câncer de próstata é causado pelo aumento das concentrações de ômega-3 no sangue. Existe somente uma associação entre estes dois fatos. Conclusões definitivas devem ser evitadas e estes dados devem servir como importantes levantadores de novas hipóteses para estudos futuros.
Por sua vez, a partir destes resultados, a indicação formal para a ingestão de grandes quantidades de óleo de peixe deve ser colocada sob certa cautela, principalmente em homens.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - Fonte: Journal of the National Cancer Institute - doi: 10.1093/jnci/djt174.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Como uma pessoa calma repentinamente pode se tornar agressiva e violenta

Não é incomum a situação em que pessoas tidas como tranquilas e gentis podem ficar subitamente agressivas e violentas quando alguém com quem elas tenham uma grande ligação afetiva (empatia) esteja sob algum tipo de ameaça. Este comportamento, que já é bem demonstrado em diversas espécies animais, tem ainda pouco entendimento em seres humanos.
Lançando uma luz sobre esta questão, foi publicada recentemente uma pesquisa na revista científica Personality and Social Psychology Bulletin. A pesquisa examina alguns fatores biológicos que podem explicar como uma ameaça grave a alguém que sejamos próximos pode desencadear um comportamento agressivo, remetendo a pessoa a um estado primitivo.
No trabalho científico é relatado um caso típico, ocorrido nos Estados Unidos em 2012, em que um pai que não era agressivo, ouvindo o choro de sua filha de 5 anos, percebeu que ela estava sofrendo um ataque sexual por um homem. Em poucos segundos o pai matou o agressor a pancadas. Imediatamente ele se deu conta da sua reação extrema e ligou chorando para o serviço de emergência, tentando salvar a vida do agressor da filha de todas as maneiras. Posteriormente o pai foi julgado e considerado inocente pois foi levado em conta pelos promotores que ele não queria matar o agressor de sua filha, se sentia culpado, com remorso e arrependido e fez de tudo para salvar o agressor. Ele perdeu a cabeça por segundos e foi tomado de uma fúria incontrolável ao ver uma pessoa querida ser ameaçada de forma grave.
As bases biológicas para este tipo de comportamento se fundamentam em estudos que descrevem a presença de um "sistema de comportamento cuidador" no cérebro, com características pró-sociais. Dois neurohormônios estariam envolvidos na mediação dos efeitos deste sistema, ocitocina e vasopressina.
Na pesquisa foram realizados experimentos com indivíduos submetidos a situações de ameaça a pessoas as quais tinham grande empatia. As variações nos receptores de ocitocina e vasopressina foram avaliadas e os resultados mostraram uma associação entre variantes dos gens dos receptores de ocitocina e vasopressina e o grau de agressividade apresentado pelo indivíduo, evidenciando o papel destes hormônios no fenômeno da agressão ligada à empatia.
A hipótese levantada pela pesquisa é a de que, em humanos, o sistema de comportamento cuidador estaria associado à agressividade em situações de ameaça a pessoas afetivamente próximas, e este comportamento seria mediado pela ocitocina e vasopressina.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -Personality and Social Psychology Bulletin 2014 40: 1406 - DOI:10.1177/0146167214549320.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Sensação de bem-estar e saúde

Quem não conhece alguém que tenha passado por alguma situação crítica na vida e um tempo depois ficou doente. Esta relação entre situações negativas e saúde/doença já é empiricamente estabelecida.
Por sua vez, o bem-estar psicológico está relacionado com a saúde física e a longevidade. Apesar desta associação ser conhecida já há alguns anos por meio de pesquisas epidemiológicas de observação, pouco se sabia sobre os mecanismos envolvidos que levam uma sensação de bem-estar produzir efeitos benéficos à saúde.
Alguns destes mecanismos começam agora a ser esclarecidos. Resultados de uma pesquisa publicada online no último dia 29 de julho, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, demonstram que o bem-estar psicológico afeta genes em células do sistema imune que regulam processos inflamatórios e de síntese de anticorpos. Processos estes fundamentais para o controle das defesas do organismo contra agentes agressores (vírus e bactérias por exemplo).
Estudos prévios já tinham demonstrado que condições adversas crônicas (como estresse e insegurança quanto ao futuro) afetam negativamente estes genes. Neste novo trabalho o efeito do bem-estar psicológico sobre estes genes foi testado em 84 indivíduos saudáveis com idades de 35 a 64 anos. Mais do que isso, os pesquisadores dividiram os indivíduos em dois grupos, fazendo distinção entre dois tipos de bem-estar de origens diferentes e que foram classificados como hedônico ou eudaimônico. A avaliação foi feita por meio de respostas a questionários validados.
Estas palavras pouco conhecidas significam o seguinte: - Hedonismo é o bem estar produzido pelo prazer - termo originado de uma corrente filosófica grega que postulava ser a conquista do prazer o maior bem a ser alcançado pelo ser humano. Representa as experiências afetivas positivas produzidas pelo prazer individual. Eudaimonismo é o bem estar produzido pela realização de atos éticos e benevolentes - termo também oriundo da filosofia grega que postulava que o verdadeiro bem-estar provinha da prática de atos com um sentido mais profundo e com propósitos nobres, que vão além da simples gratificação pessoal.
Esta explicação toda não teria tanta importância se os resultados não tivessem sido tão surpreendentes. Ambos os grupos apresentaram altos níveis de sensação de emoções positivas, inversamente relacionadas com sintomas de depressão. Porém, os efeitos sobre os genes foram opostos. Os indivíduos com bem-estar eudaimônico (atos éticos e benevolentes) tiveram um perfil de regulação gênica que favorece as defesas do organismo, enquanto os do grupo hedônico (bem-estar por gratificação pessoal) apresentaram um aumento na expressão de genes pró-inflamatórios e redução nos reguladores da síntese de anticorpos, perfil este que é prejudicial às defesas do organismo.
Estes resultados são importantes na medida em que apresentam mecanismos moleculares objetivos sendo influenciados por sensações psicológicas subjetivas. No entanto, deve ser levado em conta que não existem seres humanos exclusivamente hedônicos ou exclusivamente eudaimônicos. Além disso, há uma interação entre estes padrões, com uma influência recíproca. O que pode haver é uma predominância de um padrão sobre outro, com consequências moleculares que podem afetar a saúde.
Disto tudo fica a sensação de que, à medida que o conhecimento científico avança, mais se percebe a complexidade da natureza e que as interações entre o meio e o indivíduo são mais profundas do que se poderia imaginar.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1305419110 - PNAS Early Edition | 1 of 6

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Incenso e doença

É prática muito comum em vários países do mundo a queima de incenso no interior das residências, assim como em locais de trabalho e locais públicos.
A poluição em locais fechados é um motivo de preocupação devido ao seu maior efeito produzido pela concentração dos poluentes na ausência de ventilação. A poluição do ar em locais fechados produzida pelo cigarro já está bem caracterizada e o fumo passivo (inalação da fumaça de cigarro por não fumantes) é considerado um problema de saúde pública que, segundo a Organização Mundial da Saúde, atinge cerca de dois bilhões de pessoas. Estas pessoas apresentam um risco muito aumentado de desenvolver várias doenças como câncer de pulmão ou de cabeça e pescoço, doença cardiovascular, infarto, AVC (acidente vascular cerebral) e enfisema pulmonar, dentre outras.
Já existem alguns estudos indicando que a queima de incenso também pode ser uma fonte de poluição importante e causar problemas de saúde. Recentemente, uma pesquisa publicada na edição de agosto da revista científica Science of the Total Environment confirma os prognósticos mais sombrios.
Neste estudo os pesquisadores utilizaram dois tipos de incenso oriundos dos Emirados Árabes e os queimaram em um local fechado, emitindo uma concentração de fumaça similar à observada em uma sala de estar típica nas residências deste país. Foi analisado o tipo e a quantidade de gases contidos na fumaça. Foram encontrados altos índices de monóxido de carbono, formaldeído e óxidos de nitrogênio.
Prosseguindo o estudo, os investigadores expuseram células pulmonares humanas a este ambiente. As células apresentaram uma resposta inflamatória, característica da asma e de outras doenças respiratórias, resposta esta muito similar à encontrada quando células pulmonares são expostas à fumaça de cigarro.
O conjunto dos resultados desta pesquisa indica que a queima de incenso em ambientes fechados produz riscos à saúde. Os pesquisadores recomendam que o ambiente onde ocorra a queima do incenso seja muito bem ventilado, com a abertura de portas e janelas e salientam também que alternativas na composição do incenso, como a redução da quantidade de carvão, podem diminuir bastante a emissão de poluentes.
Como este hábito cultural se difundiu para vários países e que estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que mais de um milhão de pessoas por ano morrem de doença respiratória no mundo (a maior parte devido à poluição em ambientes fechados), o controle dos fatores que potencialmente aumentam o risco destas doenças deve ser considerado.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - Science of the Total Environment 458-460 (2013) 176-186.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Diabetes: Alimentação saudável é tema da campanha de prevenção

Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 14 milhões de pessoas convivem com diabetes no Brasil. Diariamente, são registrados pelo menos 500 novos casos da doença no país.

O diabetes é um distúrbio causado pela falta de uma substância no organismo, a insulina. Ele também pode resultar da incapacidade da insulina exercer seus efeitos, fazendo com que o organismo não consiga obter a energia dos alimentos de forma adequada e aumentando os níveis de glicose (açúcar) no sangue.

O diabetes tipo 2 é responsável por mais de 90% dos casos da doença e o único tipo de diabetes que pode ser evitado. Os problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, são as maiores causas de mortalidade no diabético, o que pode ser evitado com a prevenção da doença.

O diabetes pode ser uma doença silenciosa devido à ausência ou não percepção de seus sintomas, daí a importância dos exames regulares para o controle da glicose. Além disso, é possível preveni-lo com a adoção de hábitos saudáveis como a prática de atividades físicas e uma alimentação equilibrada.

A alimentação saudável, inclusive, foi o tema escolhido para a campanha anual que destaca o Dia Mundial do Diabetes. No dia 14 de novembro, em todo mundo, diversos monumentos serão iluminados de azul, chamando a atenção para a prevenção da doença.

Fonte: Press release, novembro de 2014. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD ).

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Medicação + Suplementos: a combinação que pode ser perigosa

Os suplementos nutricionais e vitamínicos têm apresentado um consumo crescente em vários países devido à sua grande publicidade sobre supostos benefícios à saúde.
A agência governamental que regula os medicamentos nos Estados Unidos (Food and Drug Administration - FDA) lançou recentemente um alerta sobre o uso combinado de suplementos e medicação.
Na classificação de suplementos dietéticos estão incluídos, além das vitaminas e minerais, outras substâncias como herbais, amino-ácidos, fitoterápicos, enzimas e extratos animais. Geralmente estes compostos não necessitam, para entrar no mercado, de pré-aprovação da FDA quanto à sua segurança e efetividade. Mesmo que alguns desses suplementos sejam mais conhecidos e com uso estabelecido há mais tempo, a maior parte necessita de estudos mais profundos para o entendimento do seu funcionamento e eficácia. Além disso, muitas vezes é confuso o discernimento entre o que é um alimento, um suplemento ou um medicamento sem receita.
Neste informativo o FDA alerta que tomar vitaminas e outros suplementos juntamente com medicação pode ser perigoso. Alguns suplementos podem aumentar o efeito da medicação e outros podem diminuir esse efeito. Isso ocorre porque certos suplementos podem alterar a absorção, a metabolização ou a excreção do medicamento, alterando desta forma a sua potência e eficácia.
Por exemplo, remédios para AIDS, para depressão, para o coração e mesmo pílulas anticoncepcionais, podem ter a sua eficácia reduzida se a pessoa faz uso da Erva-de-São-João, também conhecida como Hipericão. Dependendo da medicação envolvida, o resultado negativo pode ser sério. E, como esta, várias outras interações podem ocorrer entre medicamentos e suplementos.
A recomendação para evitar problemas de saúde, que podem atingir níveis graves, é consultar o médico para esclarecer os possíveis problemas com a ingestão de suplementos junto com remédios.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -FDA Consumer Health Information / U.S. Food and Drug Administration OCTOBER 2014.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Novos estudos confirmam: - Sal demais faz mal à saúde. A novidade: - Sal a menos também. E não esqueça do Potássio!

Uma nova polêmica surge no horizonte científico das pesquisas médicas. Em três diferentes trabalhos científicos publicados recentemente na revista The New England Journal of Medicine, é exposto um conjunto de resultados que relacionam o consumo global de sódio e a ingestão e excreção urinária de sódio e potássio (que servem de estimativa de sua ingestão) com o risco de doença cardíaca e morte.
Já está bem estabelecido por estudos prévios que um aumento do consumo de sódio está associado com o aumento da pressão arterial, um dos principais fatores de risco para doença cardíaca. Estima-se que um bilhão de pessoas no mundo tenham hipertensão e que ela é responsável por 9 milhões de mortes por ano. Entretanto, os efeitos da ingestão de sódio sobre a mortalidade por doença cardiovascular, em termos globais, não eram conhecidos.
Em um dos trabalhos foi quantificada a ingestão global de sódio baseada em levantamentos de 66 países e, compilando os resultados de 107 pesquisas já publicadas por meio de uma ferramenta estatística chamada de meta-análise, foi estimado o efeito da ingestão de sódio sobre a pressão arterial e o efeito da pressão arterial sobre mortalidade cardiovascular. Os resultados apresentam uma robusta relação linear entre o consumo de sódio e eventos cardiovasculares (quanto maior a ingestão de sal maior é o risco de doença cardiovascular) e se estima que mais de um milhão e seiscentas mil mortes por doença cardiovascular em todo o mundo, no ano de 2010, podem ser atribuídas ao excesso do consumo de sódio.
As recomendações para prevenção de doenças cardíacas das principais sociedades de cardiologia pelo mundo estabelecem que a ingestão máxima de sódio não ultrapasse de 1,5 a 2,4 gramas por dia (o valor de referência é 2 g de sódio/dia). Estes valores representam em torno de 4 a 6 g de sal (o sódio corresponde a 40% do peso total do sal de cozinha e uma colher de chá contém próximo de 6 g de sal de cozinha, dos quais 2,4 g são de sódio).
Os outros dois trabalhos compõem um grande estudo que avaliou o consumo de sódio e potássio pela análise da excreção urinária diária destes eletrólitos em mais de 100 mil pessoas de 17 países. Este consumo foi relacionado com hipertensão arterial e o risco de morte por doença cardíaca.
Os resultados do efeito do sal sobre a pressão são claros em demonstrar que quanto maior o consumo de sal, maior é a pressão arterial. Os que já têm pressão alta e os mais velhos são mais sensíveis ao efeito do sal sobre a pressão. No que tange ao efeito do sal sobre mortalidade, também os hipertensos que ingerem mais sal apresentam maior risco. Nas pessoas de pressão normal, os que têm uma excreção de sódio maior, que corresponde a uma ingestão acima que 4 g/dia têm um risco de morte proporcionalmente maior.
E, para surpresa de muitos, as pessoas com uma excreção urinária que corresponde a uma ingestão de menos de 2 g de sódio por dia, também têm um maior risco de morte. Aparentemente existe uma janela de ingestão de sódio de 2 a 4 g/dia em que os riscos de morte são menores. Consumos tanto acima quanto abaixo destes valores aumentariam o risco.
O potássio, por sua vez, apresentou uma relação inversa entre excreção urinária e pressão arterial, assim como com risco de morte cardiovascular. Isto reforça uma postulação preconizada a algum tempo, que a relação entre as concentrações de sódio e potássio no organismo talvez seja mais importante que os seus valores individuais.
Os resultados deste estudo revelam outro dado interessante. Somente 10% dos participantes apresentaram uma excreção diária de sódio correspondente à ingestão diária preconizada, de 2 g/dia. Isto indica que parece ser muito difícil atingir os valores recomendados de ingestão diária de sódio, a despeito dos alertas e campanhas que são feitas neste sentido. Provavelmente isto se deve ao fato que em torno de 80% do sal que ingerimos diariamente provir de alimentos industrializados e não do nosso saleiro doméstico.
Muito bem, isto quer dizer que eu posso comer sal à vontade? Definitivamente não! Está muito claro, e confirmado por estes estudos, que a ingestão acima de certas quantidades é altamente prejudicial à saúde. Por outro lado, dietas altamente restritivas ao sal também podem ser prejudiciais. Principalmente se acompanhadas de uma baixa ingestão de potássio.
Reduzir a ingestão de alimentos industrializados ao mínimo e aumentar a ingestão de frutas, legumes e vegetais, compõe uma fórmula segura de manter um equilíbrio saudável entre sódio e potássio no organismo.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • -The New England Journal of Medicine 2014;371:601-11.DOI: 10.1056/NEJMoa1311989;
  • -The New England Journal of Medicine 2014;371:612-23.DOI: 10.1056/NEJMoa1311889;
  • -The New England Journal of Medicine 2014;371:624-34.DOI: 10.1056/NEJMoa1304127;

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Confirmado que a amamentação reduz o risco de obesidade em crianças

O fato de que o aleitamento materno traz uma série de benefícios à saúde, tanto para a mãe quanto para o bebê, já é bem conhecido e é embasado em uma grande quantidade de evidências científicas.
Um novo fator é agora agregado a este contingente de benefícios. Uma pesquisa realizada no Japão e publicada online na revida JAMA Pediatrics do último dia 12 de agosto, demonstra que crianças que foram amamentadas apresentaram menor risco de desenvolverem obesidade na infância.
Apesar de que já a algum tempo seja sugerido que a amamentação proteja crianças contra a obesidade, alguns estudos não encontraram esta associação. As evidências permaneciam inconclusivas devido a muitos estudos não considerarem fatores associados, tanto da mãe (nível de educação, fumo e condição de trabalho) como da criança (sexo, tempo de televisão e computador). Estes fatores são tecnicamente chamados fatores confundidores. Neste novo estudo foram considerados estes fatores e ajustados de forma a que eles não teriam influência sobre os resultados.
Foram analisados dados de alimentação na infância de mais de 43.000 crianças com idade entre 7 e 8 anos e que foram acompanhadas desde os seis meses de idade. Os resultados mostram que mesmo quando considerados os potenciais fatores confundidores, a amamentação exclusiva por 6 a 7 meses reduziu em 45% o risco da criança estar obesa aos 8 anos de idade.
Os resultados desta pesquisa se somam a inúmeros outros que indicam que a amamentação traz vários benefícios para a saúde da mãe e da criança a curto, médio e longo prazo. Isto deve servir como um incentivo para que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de idade do bebe seja estimulada.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - JAMA Pediatr. doi:10.1001/jamapediatrics.2013.2230

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Novidades sobre a dieta do mediterrâneo

O padrão alimentar denominado de dieta do mediterrâneo tem sido um assunto recorrente na literatura científica e leiga dos últimos anos. Isso se deve à grande quantidade de pesquisas que estão sendo desenvolvidas e que analisam os efeitos deste padrão alimentar sobre diferentes aspectos da saúde e bem-estar das pessoas.
A dieta do mediterrâneo é caracterizada pelo uso do óleo de oliva como principal gordura da alimentação associado a um alto consumo de frutas, nozes, vegetais, leguminosas e cereais integrais. Inclui ainda um consumo moderado de peixes e frutos do mar e um baixo consumo de carne vermelha e derivados do leite.
Pesquisas prévias demonstram que a dieta do mediterrâneo têm efeitos positivos sobre a saúde, diminuindo a formação de placas de aterosclerose nas carótidas, melhorando a função cognitiva, reduzindo eventos cardiovasculares e o desenvolvimento de diabete tipo II.
Novos resultados publicados online recentemente na revista científica Diabetes Care acrescentam um novo efeito positivo da dieta do mediterrâneo. A aderência à dieta produziu uma redução nas concentrações de lipídeos e glicose no sangue em pacientes que possuem um risco genético de desenvolver diabete tipo II e doenças cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral (AVC, derrame cerebral). Pessoas com uma variação genética chamada de Polimorfismo do fator de transcrição 7 (TCF7L2) são mais suscetíveis a estas doenças e se beneficiariam com a dieta do mediterrâneo.
O estudo analisou mais de 8000 pessoas identificando as que possuíam a variação genética (14% eram homozigotos – ou seja, carregavam as duas cópias da variante). Estas pessoas foram divididas em dois grupos em que um recebia a dieta do mediterrâneo e o outro grupo, chamado de controle, que recebia dieta com baixo teor de gordura. Os indivíduos foram acompanhados por quase cinco anos.
Talvez o aspecto mais promissor deste trabalho resida na possibilidade de uma suscetibilidade genética a um maior risco de doença (tido como um fator não modificável), poder ser minimizada por um fator modificável simples como a dieta, caracterizando uma significante interação dieta-genes.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - Fonte: - Diabetes Care August 13, 2013 - doi:10.2337/dc13-0955

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Fumo na gravidez – efeitos a longo prazo nos filhos

São bem conhecidos os efeitos nocivos produzidos pelo fumo durante a gravidez. A exposição à nicotina no período pré-natal altera o desenvolvimento cerebral, induz parto prematuro, produz bebês de baixo peso e, muitas vezes, pode levar à perda do feto. Os bebês que foram expostos à nicotina na vida intrauterina apresentam, também, uma maior probabilidade de serem viciados em cigarro quando ficam adultos.
Para tentar esclarecer os mecanismos pelos quais a exposição do feto à nicotina produz alterações de longo prazo, um grupo de pesquisadores de Nova York desenvolveu um estudo em que foram administradas pequenas doses de nicotina a ratas prenhas, o correspondente a uma mulher grávida fumar um cigarro por dia. Os resultados foram publicados na edição de 21 de agosto da revista científica The Journal of Neuroscience.
Os cérebros dos filhotes foram analisados e constatou-se um aumento do número de células nervosas em determinadas regiões do cérebro. Estas células são responsáveis pela produção de substâncias conhecidas como orexigenas (aumentam o apetite). Estes filhotes, quando adolescentes, apresentam uma alteração de comportamento caracterizada por um aumento de consumo de substâncias que produzem a sensação de recompensa.
A avaliação foi feita pela oferta aos adolescentes de soluções de nicotina, de álcool e de alimentos ricos em gordura, além da água pura e da ração normal. Os ratos que foram expostos à nicotina na gravidez da mãe apresentaram um consumo aumentado dos três componentes (nicotina, álcool e gordura), quando comparados aos animais em que a mãe não recebeu nicotina. Curioso que não houve aumento de consumo de água ou ração padrão, indicando que o efeito é especifico sobre substâncias que produzem sensação de recompensa e levam à adição.
Os resultados deste estudo demonstram que a exposição pré-natal a baixas doses de nicotina produz efeitos tardios na prole que levam a comportamentos que podem levar a adição a drogas e obesidade.
Para as futuras mães esta é mais uma forte evidência para não fumar (ou se expor à nicotina com substitutos do cigarro), pois, além de por em risco a sua gravidez, de comprometer o bebê, poderá estar definindo, talvez de forma irreversível, o futuro adulto de seu filho.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
- The Journal of Neuroscience, August 21, 2013 • 33(34):13600 –13611.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dieta do Mediterrâneo reduz declínio mental da idade

A dieta do mediterrâneo consiste de um padrão alimentar que inclui uma ingestão de alimentos diversificada, com o predomínio de frutas, nozes, azeite de oliva, cereais e vegetais em quantidades apreciáveis, associada com um baixo consumo de carnes vermelhas e moderado consumo de peixes, vinho tinto e derivados do leite (na forma de iogurte e queijos).
Muitos estudos já demonstraram os vários benefícios que a dieta do mediterrâneo traz à saúde, entre eles a diminuição do risco de doenças relacionadas com a idade, como doenças cardiovasculares (infarto, insuficiência cardíaca, hipertensão), acidente vascular cerebral (derrame) e diabete tipo II, tendo alguns destes estudos, de forma isolada, sugerido um efeito positivo sobre doenças cerebrais relacionadas com a idade, como a demência.
Um novo estudo de revisão sistemática que compilou e analisou em conjunto os dados de 12 pesquisas publicadas sobre o tema confirma de forma cientificamente mais robusta que uma maior aderência à dieta do mediterrâneo pode trazer benefícios para o cérebro, reduzindo o declínio cognitivo e o risco de demência, frequentes na idade avançada. O trabalho foi realizado por um grupo de pesquisadores britânicos e publicado na última semana na revista cientifica Epidemiology.
Os efeitos positivos da dieta do mediterrâneo sobre o cérebro podem ocorrer por meio de múltiplos mecanismos biológicos. A própria redução dos riscos cardiovasculares, diabete e doenças metabólicas, como dislipidemias, podem contribuir para uma redução do declínio cognitivo da idade e o desenvolvimento de demências. Além disso, os alimentos da dieta do mediterrâneo são ricos em antioxidantes, que são compostos químicos que reduzem o estresse celular produzido pelas oxidações biológicas, o que protegeria as células nervosas do dano provocado pela idade.
Apesar destas conclusões animadoras, os cientistas ressaltam a necessidade de novos estudos para confirmar os achados e esclarecer os mecanismos de ação.
Enquanto isso carregue no azeite de oliva! E se bater aquela fomezinha, três ou quatro nozes (de qualquer tipo) é a pedida, porém, cuidado que ambos são bastante calóricos. Frutas e legumes, coma sempre, todos os dias, em todas as refeições.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - Epidemiology 2013;24: 479–489..

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Sobrepeso e obesidade na adolescência aumentam o risco de hipertensão na idade adulta

O excesso de peso na infância e na adolescência aumenta o risco de hipertensão (pressão alta) na idade adulta. Crianças e adolescentes com sobrepeso (índice de massa de 25 a 30) duplicam o risco de ter pressão alta quando adultos. Já crianças e adolescentes obesas (índice de massa de 30 a 35) quadriplicam o risco de ter pressão alta quando adultos. O índice de massa é a relação entre peso e altura.
A hipertensão é uma doença que normalmente não apresenta sintomas, e quando não tratada pode causar sérios danos à saúde, como ataque cardíaco, aterosclerose, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (derrame), perda de visão, doença renal, problemas de ereção, perda de memória, entre outros. O monitoramento da pressão é um aspecto importante para a prevenção do seu desenvolvimento.
A obesidade em adultos é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento da hipertensão. Um novo estudo, apresentado na Sessão Científica de Pesquisa em Hipertensão da Associação Americana do Coração no último dia 12 de setembro, mostra que a obesidade e o sobrepeso na infância e adolescência predispõem a pessoa a ter hipertensão quando adulta. A pesquisa acompanhou 1117 adolescentes por 27 anos, desde 1986. Destes, 68% tinham peso normal na infância, 16% tinham sobrepeso e 16% eram obesos. Avaliados quando adultos, 6% dos que tinham peso normal na infância ficaram hipertensos, dos que tinham sobrepeso foram 14%, e dos que eram obesos 26% ficaram hipertensos.
Os autores da pesquisa salientam que este conjunto de resultados indicam que a doença cardíaca pode começar na infância. Muita atenção já têm sido dada às crianças obesas (índice de massa de 30 a 35), entretanto este estudo aponta para os perigos do sobrepeso (índice de massa de 25 a 30), que duplica o risco de hipertensão.
O sobrepeso e obesidade têm tido um crescimento entre crianças e adolescentes, crescimento este em grande parte atribuído à brusca mudança ocorrida no estilo de vida, principalmente ao sedentarismo e ao padrão alimentar.
A observação e acompanhamento mais rigorosos do peso das crianças e adolescentes passa ser um fator importantíssimo para a saúde atual e futura destes indivíduos.
Autor: Equipe ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
  • - American Heart Association Meeting Report, September 12, 2013.