A doença celíaca, caracterizada pela
intolerância ao glúten, afeta principalmente o intestino delgado. Pesquisadores
da Universidade de Umea, na Suécia, realizaram um estudo com 954 crianças e
constataram que mais de três infecções, como gripes, otites e irritações no
intestino, durante os seis primeiros meses de vida de um bebê podem dobrar o
risco de desenvolvimento da doença celíaca.
A intolerância ao glúten é a
incapacidade ou dificuldade de digestão do glúten, que é uma proteína presente
em alguns cereais, como trigo, centeio, cevada e aveia. A pesquisa indica que
em alguns casos o indivíduo pode não apresentar nenhum desdes sintomas e a
intolerância ao glúten só ser descoberta após a manifestação de outros sintomas
decorrentes da doença, tais como: baixa estatura ou esterilidade. “Nem todos
nós temos intolerância ao glúten, no entanto uma parcela de profissionais de
saúde acredita que mesmo que o paciente não tenha doença celíaca é importante
diminuir ou parar de ingerir glúten. Ainda há controvérsias, mas realmente para
quem tem doença celíaca o glúten é um veneno. A doença celíaca geralmente
começa na infância, mas pode aparecer na vida adulta”, esclarece
a nutricionista Amely Degraf.
Sintomas. A especialista explica que a
causa da doença é a ingestão de glúten e os sintomas intestinais incluem
diarreia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade e
pouco ganho de peso. “Os pacientes podem apresentar ainda atraso de crescimento
e da puberdade, anemia pela carência de ferro, osteopenia ou osteoporose,
exames anormais de fígado e erupção na pele que provoca coceira chamada
dermatite herpetiforme. Ou pode não apresentar nenhum sintoma”, alerta.
Para tratar a intolerância ou inibir
crises, Amely Degraf revela que somente uma dieta sem glúten é eficaz nesse
sentido.
“É possível substituir as farinhas
proibidas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho doce
ou azedo, farinha ou creme de arroz, farinha de araruta ou
fubá. Nutricionistas e grupos de apoio podem ajudar as famílias a se
ajustar a essa dieta radical. Mesmo assim, pode levar vários meses até que elas
se acostumem com a dieta sem glúten”, afirma.
Grupo de risco.
A nutricionista lembra que as pessoas com maior risco de contrair a
doença celíaca são aquelas que têm diabete do tipo 1, doença autoimune da
tireoide, síndrome de Turner, síndrome de Williams, ou pessoas com histórico
familiar de doença celíaca. No entanto, há pessoas que desenvolvem a doença
mesmo sem fazer parte de um dos grupos de maior risco. (TM)
Fonte: Jornal da Manhã – Uberaba